A senadora Simone Tebet (MDB-MS) erra o alvo quando fala em preconceito de gênero a quem lhe pergunta se sua candidatura à Presidência é para valer. A dúvida é pertinente não porque se questione suas qualidades – de resto bem expostas em sua trajetória como política e no bom discurso no ato de lançamento – mas porque os caciques do MDB não estão engajados no projeto.
Pode ser que a figura e o estilo dela se imponham e venham a agradar ao eleitorado. Mas, por ora, o que se ouve nas internas emedebistas é que a senadora “já nasce cristianizada”. Ou seja, estaria fadada a ser abandonada pelo partido, cujas bases se dividem hoje entre o apoio a Luiz Inácio Lula da Silva ao Norte/Nordeste e a Jair Bolsonaro no Sul/Sudeste.
Por “caciques” entenda-se não o presidente do MDB, Baleia Rossi, e o grupo que antigamente a gente chamava de autênticos. O termo refere-se justamente aos que ontem (08.12) estavam ausentes no lançamento.
Os pesos pesados Renan Calheiros, José Sarney, Jader Barbalho, Romero Jucá e companhia. Michel Temer, por exemplo, mandou mensagem por vídeo, mas quando convocado por Bolsonaro para resolver o enrosco do 7 de setembro foi a Brasília sem problemas.
Esse pessoal não estaria sequer interessado em fazer de Simone Tebet candidata a vice em outra chapa porque digamos que o jeito da senadora não se coadune com os métodos desses emedebistas de raiz.
Portanto, se a senadora vier a deslanchar terá sido por méritos próprios e não por empenho do partido.
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