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A hora do jogo

A eleição vai mobilizar o público quando a bola começar a rolar de fato

Por Dora Kramer Atualizado em 20 jul 2018, 06h00 - Publicado em 20 jul 2018, 06h00
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  • Previsões não se caracterizam pela confiabilidade. Disso tivemos notícia recente nos prognósticos de que os brasileiros estavam indiferentes à Copa do Mundo. A base eram as pesquisas que indicavam alto grau de desinteresse e a ausência de sinais exteriores de exaltação futebolística. Bastou o Mundial começar para aquela convicção ser rebaixada à condição de mera conjectura e durante um mês praticamente não se falar de outra coisa no país.

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    Pois então treino é uma coisa e jogo é outra bem diferente. Guardadas todas as proporções imagináveis, a mesma máxima se pode aplicar à eleição geral de outubro próximo, também objeto do pressuposto de que o eleitorado não está nem aí para a hora do Brasil no tocante à escolha da pessoa que vai ocupar a Presidência da República, da composição do Congresso, da chefia dos Estados e da formação das assembleias legislativas.

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    Tarefa fenomenal de responsabilidade oceânica e que se dá num país de ânimos completamente acirrados tanto no que diz respeito ao embate eleitor contra eleitor, em torno das posições de cada um, quanto em razão da fúria generalizada da qual os políticos se tornaram alvo depois de anos de comportamento abusivo imposto a uma população razoavelmente compassiva.

    A tolerância se esgotou. Não quer dizer necessariamente que isso corresponda à inércia do eleitorado. O mais provável até é que venha a significar o contrário. Agora que se aproxima o início do jogo de verdade, as torcidas tendem a se mobilizar. Afinal, o clima é de conturbação, nunca de letargia. Os mais de 40%, 50% e, dependendo da pesquisa, 60% dos eleitores com tendência a ficar de fora do ambiente eleitoral dificilmente manterão distância quando as onças estiverem prestes a beber água.

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    A temperatura elevada nas redes sociais e o mau humor expresso nas pesquisas não contam uma história de apatia. Antecipam justamente o oposto: um eleitorado disposto a brigar, ainda que nem sempre dentro dos parâmetros de civilidade.

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    A imprevisibilidade da cena em relação a resultados fala de maneira contundente a respeito das mudanças que podem ocorrer nesses dois meses e meio que ainda faltam para o primeiro turno, em 7 de outubro. Nunca a política se assemelhou tanto como agora àquele lugar-comum que a compara com o movimento das nuvens.

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    Um exemplo? A quan­tidade de candidatos, ou pretensos candidatos, que desistiram ao longo do caminho: Luciano Huck, Joaquim Barbosa, Flávio Rocha e Michel Temer. Daqui até o prazo final para as convenções partidárias (5 de agosto), outros poderão desistir ou ser “desistidos” por ação dos respectivos partidos. Henrique Meirelles é um sério pretendente ao veto ou, no mínimo, a ser deixado de lado durante a campanha em virtude de interesses mais pragmáticos do MDB.

    Tudo isso para dizer que não adiantam aflições nem previsões porque o tempo de política nesses tempos tão confusos nos leva a viver dois meses e meio como se eles fossem uma eternidade. E não tenham dúvida: uma real eternidade serão.

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    Publicado em VEJA de 25 de julho de 2018, edição nº 2592

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