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Diário da Vacina

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A repórter Laryssa Borges, de VEJA, relata sua participação em uma das mais importantes experiências científicas da atualidade: a busca da vacina contra o coronavírus. Laryssa é voluntária inscrita no programa de testagem do imunizante produzido pelo laboratório Janssen-Cilag, braço farmacêutico da Johnson & Johnson.
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A régua que mede o inchaço pós-vacina

Um alvo com raio de sete centímetros foi distribuído aos voluntários para que medissem o inchaço que a vacina poderia provocar após a aplicação

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 jan 2021, 13h59 - Publicado em 27 dez 2020, 10h47

26 de dezembro, 16h48: ‘Seu braço esquerdo pode ficar inchado e com dor no local da aplicação da vacina’, me informou a médica após aplicar, há exatos 39 dias, uma ampola da vacina experimental desenvolvida pelo laboratório Janssen-Cilag, braço farmacêutico da Johnson & Johnson. Explicação corriqueira para todos que, em campanhas nacionais de vacinação, recebem imunizantes. Mas no caso de uma voluntária como eu a coisa muda de figura. Para medir a extensão do possível estrago, recebi uma régua larga, de 12 centímetros com uma ponta em forma de alvo. Neste alvo, um raio de sete centímetros marca o que talvez a equipe de cientistas considere o pior cenário possível: 14 centímetros de inchaço e vermelhidão no local onde foi injetada a substância em testes.

Não tinha examinado a régua até poucos dias atrás. Ele ficou esquecida no meio de oxímetros, termômetros e da papelada que detalha o estudo em busca de um fármaco anti-Covid. Deve ser desesperador ver seu braço chegar ao ápice do inchaço previsto no alvo. No meu caso, nada aconteceu. Nem um mísero pontinho vermelho. Dor, febre, vermelhidão, nada. Mas, se a régua existe, é porque algumas pessoas que testam a vacina apresentam este tipo de reação adversa. O inchaço, aliás, é um dos 22 efeitos colaterais mais comuns de imunizantes em geral.

O único e importante efeito adverso que senti desde que recebi minha dose em um centro de pesquisa no Rio de Janeiro foi dor muscular e nas articulações. Torço para que aquela sensação de ter sido atropelada por um caminhão seja um indicativo de que tomei a vacina verdadeira, e não o placebo.

17h26: Falta um mês para voltar, mais uma vez, à clínica que me selecionou como voluntária em busca de uma vacina contra o novo coronavírus. A equipe de pesquisadores quer medir se, neste intervalo, desenvolvi anticorpos e os mantive como proteção contra o patógeno ou se, por eventualmente estar no grupo que recebeu placebo, continuo vulnerável. Uma das médicas havia ficado particularmente preocupada com a possibilidade de eu contrair Covid-19 em Brasília, onde moro, e eles, do estudo clínico, estarem no Rio.

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Todo voluntário que acaba infectado tem acompanhamento médico domiciliar e, estando médico e paciente em cidades diferentes, isso obviamente não é possível. Minha solução: manter isolamento social extremo para, no caso de ter recebido soro fisiológico no lugar do imunizante experimental, ficar menos exposta ao vírus.

E uma nota mental: perguntar a eles se houve muitos relatos de pacientes medindo danos colaterais com a régua em forma de alvo.

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