Assine VEJA por R$2,00/semana
Coluna da Lucilia Por Lucilia Diniz Um espaço para discutir bem estar, alimentação saudável e inovação
Continua após publicidade

As horas voam

Como reduzir o andar da carruagem?

Por Lucilia Diniz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 jan 2022, 09h59 - Publicado em 7 jan 2022, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • “E mais um ano se passou!” Nas últimas horas que antecederam o réveillon, certamente fizemos comentários como esse. Da mesma maneira que fizemos no fim do ano passado, e do ano anterior, e de todos os outros que vieram antes. A diferença, talvez, é que os intervalos entre os comentários parecem menores a cada vez. “Sim, e passou voando”, ouvimos provavelmente em resposta.

    Publicidade

    Todos nós já experimentamos a sensação de que não apenas o tempo passa rápido como passa cada vez mais rápido. Só as crianças, ansiosas pela juventude, ficam amuadas ao constatar a lentidão do tempo. A aritmética básica ajuda a explicar a percepção de cada faixa etária. Para uma criança de 5 anos, um ano a mais representa consideráveis 20% da existência; já para quem tem 50, são só 2% a mais. O resultado é a impressão de que quanto mais vivemos, mais o tempo recente parece relativamente menor ao tempo vivido.

    Publicidade

    A previsibilidade de uma rotina monótona tem peso decisivo nessa percepção. Quando nos esquecemos de desligar o piloto automático, os dias se tornam indistintos, e por isso se sucedem em ritmo acelerado. O trabalho sem desafios, o relacionamento sem manifestações de afeto, o cotidiano que apenas repete situações, as tarefas das quais nos desincumbimos irrefletidamente — tudo isso desestimula a mente, faz com que o nosso cérebro não preste atenção no instante vivido. Aquilo que não mais nos emociona nem nos chacoalha parece contribuir para fazer nosso tempo voar.

    “Ninguém precisa de uma revolução. Para efeito de estímulo mental, bastam pequenas mudanças”

    Publicidade

    Daí a importância de quebrar a rotina. Ninguém precisa fazer uma revolução pessoal por dia nem aderir a radicalismos. Para efeito de estímulo mental, bastam pequenas mudanças. Coisas como alterar um trajeto diário, que se faz de olhos fechados, mudar os ingredientes de uma receita aprovada ou baixar semanalmente um novo aplicativo de celular e aprender os atalhos para usá-­lo como um millennial. Podemos também ouvir um gênero musical diferente do que estamos acostumados. Se você gosta de música brasileira, experimente o pop. Se prefere sertanejo, tente um pouco de clássico. Se a sua tribo é metaleira, arrisque umas baladas românticas. O mesmo vale para a atividade física. Não é apenas o corpo que se acostuma a determinados exercícios — a mente também tende a ficar preguiçosa com a repetição. De vez em quando, troque a esteira pela raia, ou vice-versa.

    Continua após a publicidade

    Se a consistência dos hábitos é, por um lado, desejável, a variação não fica atrás. É tornando cada dia realmente único, diferente do anterior e do seguinte, que poderemos nos aproximar da sensação de retardar a passagem do tempo. Se vivermos plenamente cada dia, estaremos criando um repertório de lembranças que nos acompanharão para sempre, dando maior densidade ao tempo.

    Publicidade

    Se não podemos fazer o tempo retroceder, como o Super-Homem ou a Mulher-Maravilha, é sempre possível nos submeter a esses pequenos desafios, suficientes para provocar sinapses que prolongarão nossas horas neste ano que já começou. Que em 2022 possamos sair do lugar-comum, romper velhos hábitos e viver muitas novas experiências e emoções memoráveis. Feliz ano novo!

    Publicado em VEJA de 12 de janeiro de 2022, edição nº 2771

    Publicidade
    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.