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Claudio Lottenberg

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Mestre e doutor em Oftalmologia pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp), é presidente institucional do Instituto Coalizão Saúde e do conselho do Hospital Albert Einstein
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O futuro a ser criado para a saúde a partir de 2023

Avanços da tecnologia e saúde mental devem se tornar os tópicos de maior destaque para este ano

Por Claudio L. Lottenberg
13 jan 2023, 12h13
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  • Fazer previsões é muito difícil, especialmente sobre o futuro, diz a célebre frase atribuída a uma figura icônica dos esportes e da cultura pop nos Estados Unidos – o ex-jogador e treinador de beisebol Lawrence Peter “Yogi” Berra (1925 – 2015). A frase cômica afirma uma obviedade, mas mesmo assim é possível olhar adiante e identificar o que vem por aí em alguma área específica. E no horizonte da saúde há algumas tendências que se sobressaem e devem ganhar espaço neste ano. Para ficar em uma lista sucinta, há duas em particular que ganharão bastante proeminência: o emprego da tecnologia nos serviços de saúde; e os cuidados com a saúde mental.

    No cenário mais geral, a tecnologia vai de vez se tornar o elemento mais presente na saúde, desde os serviços oferecidos ao paciente até gestão de processos administrativos. Poderia parecer que a tecnologia seria um tópico já ultrapassado, mas a verdade é que ela só começou a se apresentar. A pandemia fez se abrirem de vez as portas para a telemedicina, e para a telessaúde de modo mais amplo, mas há ainda a caminho a popularização dos chamados dispositivos vestíveis – ou “wearables”. Os já populares smartwatches devem se tornar mais capazes de coletar e analisar sinais vitais (já são bastante usados em monitoramento cardíaco, por exemplo). Mas há também os tecidos inteligentes, voltados a medir a pressão sanguínea; e as luvas inteligentes (para quem sofre da doença de Parkinson, mas não só).

    O uso dos wearables só será possível, por sua vez, porque deverá ganhar espaço também o emprego da IA (Inteligência Artificial). Esta será, aliás, uma ferramenta crucial para lidar com todo o volume de dados que nossas interações com dispositivos eletrônicos, móveis ou de outros tipos, vão coletar e gerar. A partir desse volume de dados os hospitais vão poder otimizar o atendimento aos pacientes, diagnósticos poderão ser mais rapidamente obtidos, a gestão hospitalar será agilizada (na área de controles de insumos, aferição de gastos, entre outras tarefas). Tamanho emprego de tecnologia resultará em uma experiência cada vez melhor para os pacientes.

    Outro campo da tecnologia que deve crescer em importância na saúde é o da robótica. Segundo a consultoria Research and Markets, o mercado de cirurgia robótica deve movimentar US$ 14 bilhões no mundo até 2027.

    Com esses avanços a caminho, será preciso discutir e elaborar políticas públicas para que a população brasileira tenha acesso a esses benefícios. O Brasil desenvolve e pratica medicina de ponta, e é preciso que o sistema público de saúde venha a contar com esses avanços.

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    E o outro campo a que se deverá prestar atenção neste ano será o da saúde mental. A pandemia de covid-19, é bom lembrar, não chegou ao fim, por mais que se olhe para dados de vacinação crescentes e de casos e óbitos em declínio. A vida tem retomado a normalidade cada dia mais, mas o afastamento a que a doença forçou a todos nos levou a um “desaprendizado”, e teremos que reaprender uma série de práticas comuns antes da pandemia. A vida nos escritórios, a volta a aulas presenciais, as rotinas de trabalho remoto, a convivência em espaços públicos – muito de nossas experiências sociais foi prejudicado. Tudo isso terá que se tornar familiar novamente.

    Além disso, ansiedade, estresse e depressão, além da síndrome de burnout (o esgotamento diante de expedientes tornados mais extensos e puxados pelas ferramentas de trabalho remoto) se tornaram tristemente comuns. Refazer amizades, reconciliar famílias que tiveram que lidar com posições conflitantes relativas a métodos de proteção (e às próprias vacinas), muito há a ser feito para que voltemos a ter momentos de tranquilidade.

    Há muitas outras tendências no campo da saúde que devem ganhar tração neste ano, as listas variarão conforme o especialista a quem se pergunte. Quem tiver mais proximidade com o setor farmacêutico, por exemplo, poderá mencionar os avanços nos tratamentos de Alzheimer (os estudos para avaliar o Lecanemab devem prosseguir) e mesmo as vacinas (um imunizante mais eficaz contra mais variantes da covid-19 talvez esteja disponível em 2024). Quem olha do ponto de vista corporativo, o investimento em programas de qualidade de vida, valorização profissional e mesmo de apoio psicológico pode aumentar entre as empresas.

    Mas que a tecnologia e suas muitas aplicações, e o cuidado mais atento com a saúde mental devem figurar entre os tópicos mais destacados na área de saúde em 2023 parece bastante provável. E se o futuro é difícil de prever, o prêmio Nobel de Física de 1971, Dennis Gabor, propôs uma fórmula muito mais interessante: “Não podemos prever o futuro, mas podemos cria-lo”.

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