O que esperar do encontro de Bolsonaro com Fachin e Alexandre de Moraes
Presidente e ministros têm encontro para entrega do convite da posse da nova presidência do TSE

Mesmo com o clima ainda pesado entre o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro encontra-se daqui a pouco com os ministros Luiz Edson Fachin e Alexandre de Moraes. Os dois magistrados vão ao Palácio do Planalto, agora no fim da manhã, para entregar entregar o convite da posse do novo comando do Tribunal Superior Eleitoral em 28 de fevereiro. Fachin será o novo presidente; Moraes, vice-presidente.
A visita é uma formalidade. Cumprida à risca por vários magistrados. Mesmo no auge da pandemia, Luís Roberto Barroso encontrou-se com Bolsonaro para convidá-lo para sua própria posse como presidente do TSE. A presença dos presidentes dos demais poderes aconteceu virtualmente naquela ocasião. Mas, desta vez, Fachin e Moraes vão se reunir também com Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidentes da Câmara e do Senado.
A tendência é que o encontro de hoje seja um poço de formalidade. Ainda assim, a simbologia é grande. Primeiro, porque a posse de Fachin no TSE o alça imediatamente à condição de antagonista do Bolsonaro. O presidente do TSE tende a assumir quase automaticamente um papel no confronto com Bolsonaro sobre a segurança do sistema eleitoral e da urna eletrônica. Ninguém imagina que Bolsonaro abandonará essa briga e é papel de Fachin fazer o contraponto.
E o fato de ter Alexandre de Moraes como vice só coloca mais lenha na fogueira. De todos os ministros do Supremo, o magistrado tornou-se sem sombra de dúvida o personagem preferido da base bolsonarista no embate entre Bolsonaro e o STF. Em ano de eleição, o novo cargo é prato cheio para quem quer mais é ver confusão.
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