O assunto não entrou explicitamente na pauta, mas a volta do polêmico imposto sindical é assunto obrigatório na reunião que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem agora pela manhã com as centrais sindicais. O encontro marcado para as 11 horas de hoje dá continuidade às conversas que Lula teve com as entidades logo depois de ser eleito para seu terceiro mandato.
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Sindicalistas ouvidos pela coluna e que estarão presentes no encontro de hoje vão insistir que o financiamento é fundamental para fortalecer os sindicatos. Eles dirão que as entidades viram sua força minguar no governo Bolsonaro e que uma nova política nessa direção se faz absolutamente necessária.
As centrais seguem apostando num modelo um pouco diferente da extinta contribuição sindical – aquela que tirava um dia de trabalho por ano de todos os trabalhadores com carteira assinada. São algumas mudanças pontuais, feitas com o objetivo de vencer a imensa resistência à cobrança.
Primeiro, a ideia é aprovar uma lei que não preveja o desconto obrigatório e automático nos vencimentos dos trabalhadores. O texto seria mais genérico, dando aos sindicatos o poder de convocar assembleias com essa finalidade. A nova taxa, seu valor e mecanismo de arrecadação seriam aprovados em assembleia por cada categoria.
Na prática, isso quer dizer que caberia a um grupo restrito de sindicalizados decidir em assembleia como e quanto sairá do bolso dos trabalhadores. Antes da reforma trabalhista aprovada sob Michel Temer, as centrais abocanhavam cerca de R$ 3 bilhões por ano com a cobrança.
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