O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva se reúne agora pela manhã com representantes de centrais sindicais em Brasília. A pauta do encontro vai incluir desde a proposta de revogação de pontos da reforma trabalhista aprovada sob Michel Temer até a adoção de novos mecanismos de reajuste do salário mínimo. Mas uma prioridade crucial, segundo participantes do encontro ouvidos pela coluna, é tirar de Lula um compromisso com o financiamento dos sindicatos.
Para tornar a proposta mais palatável, as centrais dizem não se tratar de uma “volta do imposto sindical obrigatório”. A ideia é apresentar uma proposta de contribuição anual para financiar os sindicatos a ser aprovada em convenção. Os valores seriam definidos nas assembleias e poderiam variar de uma categoria para a outra.
Os sindicalistas querem que Lula se comprometa a acabar com as regras da chamada Carteira Verde Amarela. Dizem que é “coisa para se jogar no lixo”. Também se queixam, por exemplo, de os sindicatos não fiscalizarem mais obrigatoriamente as homologações de demissões.
Conseguir de Lula um compromisso com o fortalecimento dos sindicatos é prioridade. Mas deve sobrar tempo para falar de assuntos como valorização do salário mínimo e PEC da Transição. Os sindicatos propõem que o reajuste do mínimo considere a previsão de inflação combinada à evolução do PIB. Em 2023, segundo as centrais, o mínimo proposto seria R$ 1.342, segundo a proposta.