Esquentou nos bastidores a pressão para que o PSB seja um dos alvos do remanejamento que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará na Esplanada para acomodar o Centrão. O PT não anda gostando nada da ideia de ser o único a cortar na própria carne. E investe na tese de que a sigla aliada tem gordura para perder.
O PSB tem três ministérios: Justiça, com Flávio Dino; Portos, com Márcio França; e Desenvolvimento, com o vice Geraldo Alckmin. Não é fácil mexer em nenhuma das três pastas. Mas não faltam sugestões circulando nos bastidores.
Uma ala resolveu ressuscitar a ideia de transferir Geraldo Alckmin para a Defesa. O argumento é que José Múcio passou a fazer uma gestão apagada desde os atos golpistas de 8 de janeiro. E que Alckmin se encaixaria bem na função. A turma do vice não gostou do fogo amigo. Enxerga no movimento um mero balão de ensaio. E entende que seria diminuir o principal fiador do governo junto ao centro.
Outro grupo dentro do PT diz que o melhor é não encostar no vice. Essa turma admite que Alckmin já foi removido da tomada de decisões políticas do governo, contrariando a ideia ventilada na época da campanha de que ele seria um importante conselheiro do presidente. Aqui, o argumento é que o melhor seria tirar Márcio França da cadeira.
Ainda tem a pasta de Flávio Dino. Mas qualquer movimento aqui também traria algum desgaste. Um líder petista ouvido pela coluna diz que o ministro da Justiça, além de ostentar uma boa dose de popularidade, trabalhou para aumentar seu capital político nas últimas semanas. Os novos desdobramentos do caso Marielle Franco caem bem em tempos de reforma ministerial.