A reta final das negociações da reforma ministerial
Previsão é de que desenho da nova Esplanada fique pronto no máximo até sexta-feira
Quem passou nesta quarta-feira pelo Palácio do Planalto saiu com a absoluta convicção de que a reforma ministerial não passa de sexta. Tem quem aposte que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abrirá o desenho da nova Esplanada ainda nesta quinta-feira. O martelo, até ontem à noite, não estava batido. Mas ainda predominava um cardápio contendo ao menos dois ministérios relevantes, acompanhados de órgãos importantes, como a Caixa Econômica Federal.
Caso essa receita prevaleça, a fome do Centrão é por pastas como Desenvolvimento Social, Esporte ou Portos e Aeroportos. Mas há também a alternativa de ser apresentada ao Cento uma lista com mais ministérios, porém menos robustos. Como seria o caso da Micro e Pequena Empresa, pasta que nasceria do desmembramento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Lula e Arthur Lira, segundo informou mais cedo a coluna de Lauro Jardim, em O Globo, teriam se reunido no início da noite de ontem, na residência oficial da Presidência da Câmara. A conversa seria o primeiro passo da reta final das negociações. Mas, nos bastidores, as informações sobre o que seria colocado na mesa ainda são conflitantes.
Parte das fontes ouvidas pela coluna ainda enxergavam como possível a saída de Wellington Dias do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Mas, em especial no PT, circulava a tese de que Lula já descartou a troca. Primeiro, pela resistência em entregar o Bolsa Família ao Centrão. Segundo, pela estreita relação que o presidente mantém com o ministro Wellington Dias.
Eram mais intensas no fim do dia de ontem as especulações sobre uma possível saída de Márcio França do Ministério de Portos e Aeroportos. Há em parte do governo a avaliação de que a fatia dedicada ao PSB na Esplanada estaria “superdimensionada”. E a pasta de França teria musculatura suficiente para agradar ao PP ou ao Republicanos, que serão contemplados nas trocas na Esplanada.
As demais alternativas no cardápio do PSB talvez custem a empolgar o Centrão, na visão de aliados de Lula. Muita gente no entorno de Lula desaconselhou o presidente a mexer demais em Alckmin. Mas o vice, segundo relatos à coluna, não tem manifestado qualquer tipo de restrição a um remanejamento. Claro, desde que Lula encontre uma fórmula para que qualquer mudança se dê sem constrangimento. A terceira pasta hoje reservada ao PSB está nas mãos de Flávio Dino, da Justiça, que se mantém firme.
Outra ministra citada com mais frequência como alvo de remanejamento é Luciana Santos, do PCdoB, que hoje comanda a Ciência e Tecnologia. Além disso, também há quem insista que pode haver mudança no Ministério do Esporte, apesar de Lula ter indicado lá atrás os planos de manter Ana Moser no cargo.