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Cidades sem Fronteiras

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A cada mês, cinco milhões de pessoas trocam o campo pelo asfalto. Ao final do século seremos a única espécie totalmente urbana do planeta. Conheça aqui os desafios dessa histórica transformação.
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Cidades irmãs

Campinas, cuja vocação tecnológica estabelece laços de parentesco com a americana San Jose A ideia de “cidades irmãs”, que por muito tempo existiu apenas no papel, hoje tem outro sentido. Em tempos de globalização, relações entre cidades de diferentes pontos do mundo estreitaram-se a ponto de criar entre elas uma espécie de parentesco. Atualmente, cidades irmãs […]

Por Mariana Barros Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 jul 2020, 04h28 - Publicado em 11 fev 2014, 17h29

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Campinas, cuja vocação tecnológica estabelece laços de parentesco com a americana San Jose

A ideia de “cidades irmãs”, que por muito tempo existiu apenas no papel, hoje tem outro sentido. Em tempos de globalização, relações entre cidades de diferentes pontos do mundo estreitaram-se a ponto de criar entre elas uma espécie de parentesco. Atualmente, cidades irmãs são aquelas que compartilham a mesma vocação: são fortes em pesquisa tecnológica, concentram muitas instituições financeiras, são referências culturais e assim por diante. E claro que isso é um grande facilitador de relações econômicas entre elas. Em conversa com o blog, o pesquisador americano Bruce Katz, especializado em políticas metropolitanas, fez um paralelo entre algumas das metrópoles brasileiras e de outros países. Katz é vice-diretor do instituto Brookings, voltado a políticas públicas, e acaba de lançar o livro The Metropolitan Revolution, com sua colega Jennifer Bradley.

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O pesquisador Bruce Katz, do instituto Brookings, um think tank baseado em Washington

Como são as relações entre cidades americanas e brasileiras?
São Paulo dialoga com muitas cidades americanas, assim como outras capitais brasileiras o fazem. Há uma relação com Houston no que diz respeito a energia, com Portland em crescimento sustentável, com Miami em relação ao turismo e com Nova York por serem centros financeiros. Já o Rio de Janeiro na questão energética conecta-se a Houston (EUA), Amsterdam (Holanda), Bogotá (Colômbia) e Dar es Salaam (Tanzânia). Campinas, por conta da vocação tecnológica, está ligada a San Jose (EUA), Dublin (Irlanda), Bangalore (Índia) e Tóquio (Japão). São José dos Campos, onde está sediada a Embraer, dialoga com Palm Bay (EUA), Lisboa (Portugal) e Harbin (China), relacionadas ao espaço aéreo. Isso tudo ao mesmo tempo em que cada cidade tem sua posição única na economia global.

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Há localidades fortemente conectadas, como Miami e São Paulo. Existe uma história de turismo brasileiro para o sul da Flórida e a partir disso outras conexões foram criadas. Talvez os filhos desses turistas possam vir a estudar em uma universidade americana ou talvez brasileiros decidam comprar imóveis em Miami e vice-versa. Uma vez que essa experiência cultural é estabelecida, surgem possibilidades de negócios. É um ciclo virtuoso. Daqui a dez ou vinte anos, o mundo terá evoluído para uma rede global de acordos comerciais. Estaremos conectados de diversas formas, não apenas governo com governo ou aeroporto com aeroporto, mas universidade com universidade, empresa com empresa, instituição cultural com instituição cultural. A partir disso, há algo que já está acontecendo, mas vai tornar-se ainda mais forte, que é a existência de cidades irmãs.

Alguma cidade o impressiona particularmente?
São Paulo impressiona pela escala, o que significa enormes desafios de infraestrutura. A questão é como a cidade evolui, financia e entrega o que as pessoas precisam. Há iniciativas envolvendo setores público e privado, o que é um bom sinal.

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