Foi-se o tempo em que os famosos serviços de “tosa e banho”, inevitavelmente anunciados em letras garrafais pelos pet shops, eram os diferenciais desses estabelecimentos. É claro que os bichinhos continuam precisando aparar os pelos e se lavar, mas hoje as melhores casas do ramo oferecem uma infinidade de produtos e serviços para atrair a clientela, de acupuntura a cervejas especiais para cães, para ficar em apenas dois exemplos. Pois, a depender da iniciativa de um grupo de médicos e veterinários, em breve a medicina canabinoide poderá fazer parte do rol de cuidados disponíveis para os pets no Brasil e nos vizinhos latinoamericanos.
Nos próximos dias 3 e 4 de novembro, um webinário marcará o lançamento da Associação de Medicina Veterinária Canabinoide da América Latina (AMVC LATAM). O evento online terá a participação do médico americano Ethan Russo, um dos principais nomes da cannabis medicinal nos EUA, e da veterinária canadense Sarah Silcox, pioneira na prescrição de tratamentos com canabidiol para animais em seu país. Pelo Brasil, estarão presentes os médicos veterinários Erik Amazonas, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e Fábio San Juan, pesquisador entusiasta do tratamento de animais com a erva. O seminário é gratuito e exclusivo para médicos veterinários, zootecnistas, médicos humanos, técnicos veterinários e estudantes dos últimos semestres dessas disciplinas. As inscrições devem ser feitas por email: amvclatam@gmail.com.
Ainda que no Brasil o uso de cannabis em animais não esteja regulamentado, a prática é cada vez mais disseminada nos Estados Unidos e no Canadá. Hoje sabemos que o sistema endocanabinoide, que interage com as moléculas da planta, está presente em todos os seres vertebrados. Com o surgimento de novas evidências acerca da eficácia do uso da erva no tratamento de doenças veterinárias, estima-se que esse mercado possa movimentar, globalmente, cerca de 400 milhões de dólares em 2027, segundo relatório da Grand View Research lançado em setembro último. Afinal de contas, essas criaturas tão amadas também merecem se beneficiar dos avanços da medicina canabinoide, não é mesmo?