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Por Coluna
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“Vamos trocar de sobrenome” e outras notas de Carlos Brickmann

Dói saber que, enquanto Estados atrasam o salário dos funcionários, há juízes que dão um jeito de receber mais de R$ 100 mil, fora carro e motoristas

Por Branca Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 20h35 - Publicado em 4 fev 2018, 06h56

Publicado na Coluna de Carlos Brickmann

Um grande artista, Vicente Leporace (de Franca, como este colunista), assinava seu programa na Rádio Bandeirantes como “Vicente Leporace Furtado”. Achava com razão que todo brasileiro deveria usar o sobrenome.

Uma queixa comum contra as tímidas tentativas de reformas é que, se gastássemos menos com os políticos, haveria dinheiro para aposentadorias, saúde, educação, segurança. Não é bem assim: o rombo é mais em cima. Mas dói saber que, enquanto Estados atrasam o salário dos funcionários, enquanto não há dinheiro para manter os hospitais em boas condições de uso, enquanto faltam verbas para equipar direito a Polícia, há juízes – que têm vencimentos próximos de R$ 30 mil mensais – que dão um jeito de receber até mais de R$ 100 mil, fora carro e motoristas; que todos os parlamentares federais multiplicam seus salários com penduricalhos vários, incluindo assessores que lhes prestam serviços privados; que o presidente da República tem um palácio para trabalhar, o Planalto, dois para morar, o Alvorada e a Granja do Torto, e habita um terceiro, o Jaburu. Cortar essas despesas inúteis não resolve os problemas nacionais. Mas dá o exemplo: que sente um cidadão ao ver que um juiz, já bem pago, com vencimentos superiores ao teto constitucional, briga para ganhar auxílio-moradia em dobro, considerando que sua mulher já o recebe? Com que moral vai ficar?

Assinado, Carlos Brickmann Furtado

 

Gastando em anúncios

O Governo não dá o exemplo, Congresso não dá o exemplo, o Judiciário não dá o exemplo, e tentam ganhar apoio a reformas gastando mais em propaganda. Como esta, baseada na publicidade dos postos Ipiranga:

Mulher: “Amigo, sabe onde eu encontro gente se aposentando com salário de 30 mil reais?

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Homem: Uai, é lá no Posto da Previdência.

Mulher: E onde eu encontro aposentado com 50 anos?

Homem: Posto da Previdência.

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Mulher: E onde eu encontro muita gente trabalhando muito para pagar esses privilégios de poucos?

Homem: Posto da Previdência.

Mulher: E onde eu encontro uma Previdência justa, com todos trabalhando igual e recebendo igual?

Homem: Ah, aí é só com a reforma da Previdência, uai!”

O caro leitor se convence com este anúncio? Mesmo tendo lido na coluna anterior, do dia 31 de janeiro, que um técnico em Administração do Tribunal de Justiça da Bahia se aposentou com quase R$ 50 mil mensais?

 

O gato comeu

Quando Brasília foi construída, não havia muitas moradias disponíveis. A Câmara e o Senado resolveram, então, criar as moradias funcionais, para parlamentares. Isso aconteceu no início da década de 1960. Hoje, 58 anos depois, Brasília tem residências para todos, tem hotéis de todas as categorias, mas as moradias funcionais não só continuam existindo como se espalharam pela estrutura administrativa, apesar da despesa que geram, em custos diretos e manutenção. É daquelas pragas que sempre sobrevivem, como dar aos parlamentares uma cota de selos. Hoje, quem precisa disso?

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Onde está o dinheiro

O auxílio-moradia para juízes surgiu para os que são transferidos de cidade e ficam sem ter onde morar. Aí surgiram as reivindicações, houve as liminares, e hoje o juiz que trabalha na sua comarca, mesmo que tenha uma bela casa ao lado do Fórum, recebe R$ 4.253,00 (se o cônjuge for juiz, a ajuda vem em dobro, embora morem na mesma casa). Segundo a ONG Contas Abertas, essas liminares já custaram ao país uns R$ 4,5 bilhões.

 

Um caminho

Nem juízes nem parlamentares são obrigados a receber ajudas. Mas dos 513 deputados, só 26 renunciaram aos penduricalhos. Os juízes lutam pela ajuda, organizadamente: a Ajufe, Associação dos Juízes Federais, está mobilizada. É provável que a questão seja julgada no STF em março.

 

Fato é fato

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A feroz artilharia da falsificação de notícias não admite que não havia reunião da FAO marcada para janeiro, em Adis Abeba, Etiópia, e à qual Lula teria sido convidado. É só conferir o site oficial da FAO. O que aconteceu foi uma reunião entre a ONU e a União Africana, na qual havia também funcionários ligados à FAO. O tema era o combate à corrupção. Convidar Lula citando a FAO era mais palatável.

 

Dúvida

Amanhã, atenção em Curitiba: o juiz Sérgio Moro interroga os empreiteiros que pagaram a reforma do sítio de Atibaia que não é de Lula.

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