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Augusto Nunes

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Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Valentina de Botas: Ducor non duco

VALENTINA DE BOTAS Ducor non duco. Felizes eram os romanos, aqueles imperialistas, que falavam uma língua tão classuda que dispensava a vírgula. Que em latim era vírgula mesmo, e que significa varinha – pra tocar as palavras, como quem tange gado. Mas com gente é diferente. Tem gente que precisa é da varona. Por favor, […]

Por Augusto Nunes 15 fev 2015, 09h12 • Atualizado em 31 jul 2020, 02h06
  • VALENTINA DE BOTAS

    Ducor non duco. Felizes eram os romanos, aqueles imperialistas, que falavam uma língua tão classuda que dispensava a vírgula. Que em latim era vírgula mesmo, e que significa varinha – pra tocar as palavras, como quem tange gado. Mas com gente é diferente. Tem gente que precisa é da varona. Por favor, sem segundas intenções que, mesmo sendo muitas vezes melhores do que as primeiras, esta aqui é uma coluna de família. De mais a mais, já basta o Oliver falando palavrões na frente do próprio filho.

    Não sabe, meu querido amigo Vlady, que primeiro as crianças? Irrepreensíveis o post e cada manifestação neste surto de brasil, este território onde a decência do cidadão decente é usada contra ele, em que o Estado a usa para chantageá-lo, enquanto gente com acesso à leitura já está tão acostumada à varona que nem a difere mais da vírgula. A vírgula do latim, aquela legível sem estar escrita. Não é o gato do Borba, o amargo do santo, nem a pior cidade do Brasil depois de todas as outras, nem a contramão que nos faz dar a volta no quarteirão sem chegar ao ponto de partida – é aonde a precariedade do Estado e a de quem deveria cobrá-lo nos conduz e além, para ficarmos sempre aquém da cidadania e da sanidade.

    Ora, Oliver não veio trazer modelos de conduta, mas descrever o que um cara digno tem de fazer para não enlouquecer, não ser morto ou assaltado, nem se sentir o mais perfeito idiota, aliás, também não sou boa nessa coisa de perfeição. Quem for, pelamordedeus, resigne-se à perfeição e que o assunto é para gente normal e gente normal não está a fim de ser regenerada. Este texto e demais manifestações neste surto do Oliver falam da normalidade que a tolice dos bonzinhos insite em regenerar: da palmada vetada no país onde crianças se prostituem, até o cigarro proibido no bar enquanto o tráfico de drogas vai bem obrigada, passando pela ciclofaixa hiperfaturada da cidade onde se estaciona nas esquinas.

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    É a contramão sim, mas do pensamento. Este texto é o manual da sobrevivência nisso aí. Não se trata de escolher quais regras cumprir e nem de ser mais ou menos esperto. Afinal, as burradas já estão consumadas e Oliver sabia que as consequências viriam depois, como se diz por aí. Mas trata-se de não ficar à mercê da chantagem embutida, da patrulha à espreita só para perguntar e-aí-você-não-vive-criticando-o-governo. Dar uma ré na contramão não desautoriza meu maravilhosamente feroz amigo a continuar malhando os ladrões que nos roubaram o país, roubo implícito e explícito. Roubo de vírgula, de cidadania.

    Oliver nem escondeu o que fez e nem confessou a coisa com o orgulho dos malandros convictos, a vergonha fingida dos hipócritas, nem a autopiedade de quem culpa os outros. Sim, a droga é pesada, é melhor usar seringas descartáveis e as crianças vêm em primeiro lugar. O que eu faria no lugar dele? Ora, eu não dirijo. Ducor non duco. Tem vírgula?

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