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Rio gasta o fôlego de 2016

Artigo publicado no Estadão desta sexta-feira. Marcos Sá Corrêa Nada encarna melhor o espírito dos Jogos Olímpicos que os projetos ambientais do Rio. Cada meta é uma superação. O governo do Estado anuncia para 2016 que vai despoluir a Baía de Guanabara. Será a segunda despoluição em pouco mais de duas décadas. Um recorde: é […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 15h14 - Publicado em 21 Maio 2010, 21h01

Artigo publicado no Estadão desta sexta-feira.

Marcos Sá Corrêa

Nada encarna melhor o espírito dos Jogos Olímpicos que os projetos ambientais do Rio. Cada meta é uma superação. O governo do Estado anuncia para 2016 que vai despoluir a Baía de Guanabara. Será a segunda despoluição em pouco mais de duas décadas. Um recorde: é a baía suja mais despoluída do mundo.

A primeira despoluição foi um fiasco retumbante. Previa, nos anos 90, que a baía viraria o milênio com a renda de suas colônias de pescadores duplicada, graças à troca de garrafas PET por cardumes de peixes. O preço dos terrenos em sua orla dispararia com a disputa de um lugar na primeira fila diante da vista que deu fama à cidade, séculos antes que os cariocas debandassem para a zona sul.

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Quando venceu o prazo contratado com a Agência de Cooperação Internacional japonesa e outras fontes de financiamento externo, a despoluição tinha afundado nas transações insondáveis que, em 1993, levaram o governo Brizola a tirar aquela dinheirama da órbita das licitações, convidando empreiteiras de confiança para dividir o bolo.

O programa chegou ao governo Garotinho reduzido a uma caricatura: o piscinão de Ramos, um oásis recreativo de água do mar filtrada, no meio do esgoto in natura e do lixo doméstico. Na ocasião, o arquiteto e doutor em administração pública Manuel Sanchez calculou que atender com cerca de 200 piscinões a mesma população que poderia usar diretamente a baía, se ela estivesse limpa e balneável, custaria US$ 1 bilhão.

O Estado a essa altura gastara US$ 1 bilhão para convencer 93,6% dos cariocas, no ano 2000, que a Guanabara continuava “muito suja”. Para isso, abraçou a baía com usinas de tratamento, que aparecem bem nas fotos de inauguração. Mas não ligou as redes de esgoto com as estações, porque obra embaixo da terra não dá voto.

As margens que seriam valorizadas se favelizaram. Mais de 8 milhões de pessoas se habituaram a despejar 10 toneladas de lixo por dia nos rios que deságuam nos valões da Guanabara. Sua profundidade média caiu para menos de 6 metros. Em compensação, ao escrever a nova Constituição estadual em 1989, os políticos deram à baía o título de Área de Proteção Ambiental e Interesse Ecológico Relevante. E isso ela é. Só falta drenar os canais assoreados por lama tóxica. Tirar da água quase 2 milhões de metros cúbicos de depósitos poluentes. Trocar por esgotos os rios moribundos que, em 1502, levaram o navegador Duarte Coelho a anunciar a descoberta de um paraíso cercado de “boas águas” por todos os lados.

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Principalmente, segundo o geógrafo Elmo Amador, falta reflorestar suas margens, não só para devolver-lhe uma tênue lembrança da paisagem original, como sobretudo para recompor os filtros naturais dos 100 quilômetros quadrados de restingas e mangues que ela perdeu.

Parece coisa demais para fazer em seis anos. Sobretudo depois de gastar tanto crédito e tanta credibilidade. Mas, como em Olimpíadas o importante é competir, o Rio poderia entrar nessa nova corrida plantando a primeira muda dos 24 milhões de árvores que prometeu para 2016 em outubro do ano passado.

Blog: marcossacorrea.com.br
Site: www.oeco.com.br

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