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Augusto Nunes

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Os brasileiros conformados com a vida não vivida agora se rendem à morte anunciada

O Orçamento da União reservou R$ 296,9 milhões para o programa de Prevenção e Preparação para Desastres Naturais, uma peça de ficção vinculada ao lastimavelmente real Ministério da Integração Nacional. A três meses do início da temporada das chuvas e inundações, informou O Globo nesta segunda-feira, ninguém viu a cor do dinheiro. Dos R$ 9 […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 10h39 - Publicado em 27 set 2011, 04h36

O Orçamento da União reservou R$ 296,9 milhões para o programa de Prevenção e Preparação para Desastres Naturais, uma peça de ficção vinculada ao lastimavelmente real Ministério da Integração Nacional. A três meses do início da temporada das chuvas e inundações, informou O Globo nesta segunda-feira, ninguém viu a cor do dinheiro. Dos R$ 9 milhões prometidos ao Rio de Janeiro para 2011, por exemplo, nenhum centavo saiu do papel. Como a verba não chegou, nada se fez. Nenhuma obra, sequer uma medida preventiva apareceu para reduzir o medo nos morros cariocas e na Região Serrana.

Ainda recolhidos a abrigos improvisados em Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis, flagelados de janeiro aguardam a chegada da estação dos temporais com a angústia dos indefesos. Ninguém sabe que fim levaram as 6 mil casas anunciadas por Dilma Rousseff e Sérgio Cabral. Foram mais de mil os soterrados e afogados há menos de um ano. E os que perderam parentes não se queixam. Outros tantos podem ser levados por inundações e deslizamentos de terra. E os marcados para morrer não protestam. Os brasileiros conformados com a vida mal vivida agora se rendem à morte anunciada.

De novo, Dilma Rousseff e Sérgio Cabral vão assistir de longe à reedição do pesadelo. Enquanto as imagens do horror frequentarem as vitrines dos telejornais e as primeiras páginas, os comparsas capricharão na cara de choro, repetirão promessas que não serão cumpridas e lembrarão que, graças à harmonia entre os governos federal e estadual, o Rio se transformou numa Califórnia sul-americana, só que  com praias e mulheres mais bonitas. Cúmplices por omissão da matança premeditada, Dilma e Cabral  não escapariam da ira das vítimas se o rebanho fosse menos obediente.

As coisas mudaram. Antes inclementes com nulidades e impostores, os “intelectuais e artistas” do Rio hoje ajudam a manter em altitudes confortáveis a popularidade de uma dupla de farsantes. Antes da posse de Lula, eles lutavam alistados no Batalhão da Bic. Com a caneta permanentemente engatilhada, não perdiam um único abaixo-assinado contra alguma coisa ─ da privatização de empresas estatais aos maus modos do guarda de trânsito, da falta de dinheiro federal para a cultura brasileira à impontualidade do entregador de pizza. De janeiro de 2003 para cá, nada conseguiu animá-los a sacar a Bic do coldre.

Para os loucos por um manifesto, pareceram pouco relevantes a institucionalização da ladroagem impune, a roubalheira do mensalão e todos as outras, a expansão espantosa do Clube dos Cafajestes, a parceria promíscua entre vestais de araque e messalinas juramentadas, a metamorfose obscena do sumo-sacerdote da seita e a cabeça indigente de Dilma Rousseff, fora o resto. Tudo é tolerável, grita o silêncio dos combatentes aposentados. Preferem não enxergar diferenças entre a corrupção e a honradez. Capitularam.

As multidões afundadas na pobreza sobrevivem como podem. Os deserdados do Brasil aprenderam faz tempo a sofrer sem balidos. Vão agora aprendendo que devem ser gratos a seus algozes.

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