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Augusto Nunes

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O pensamento politicamente correto é o último refúgio dos canalhas

GERALDO ELTON DIAS O cerne do pensamento politicamente correto é a busca da igualdade e fraternidade entre os homens e a construção do bem estar social. Os objetivos são de tal nobreza que fica difícil contestar essa aberração do nosso tempo sem parecer uma pessoa de má índole. Sob o guarda-chuva do Politicamente Correto cabem […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 07h32 - Publicado em 28 out 2012, 13h49

GERALDO ELTON DIAS

O cerne do pensamento politicamente correto é a busca da igualdade e fraternidade entre os homens e a construção do bem estar social. Os objetivos são de tal nobreza que fica difícil contestar essa aberração do nosso tempo sem parecer uma pessoa de má índole. Sob o guarda-chuva do Politicamente Correto cabem utopistas em geral, reformadores sociais, legisladores do direito achado na rua, ecologistas preocupados com o planeta, uma fauna variada e quase todas candidatos a santificação, caso não fossem em peso inimigos auto declarados das igrejas.

Um movimento com uma pauta tão ampla e tão profundamente reformadora é um prato cheio para acobertar picaretas, estelionatários, sectários, totalitários frustrados com o fim da União Soviética e outras aberrações afins. E a massa de ingênuos úteis arrebanhados por esta corja é imensa. Afinal, quem não ama o belo, o bom e o justo ou é ruim da cabeça ou é doente do pé, pra satirizar um samba popular.

A cúpula do PT está sendo condenada pelo Supremo pelo mais afrontoso crime contra a República de que se tem notícia na história do Brasil. Valendo-se de uma sofisticada rede de arrecadação e pagamentos de suborno, um partido político tentou um golpe contra a democracia brasileira. O objetivo final da organização criminosa não era outro senão corromper um poder da República e subjugá-lo aos desígnios do Partido no poder ─ e, no limite, aprovar leis que permitiriam o aparelhamento geral do estado, a censura à imprensa, o controle do Judiciário, a extinção da oposição. Como ninguém é de ferro, o enriquecimento ilícito de seus próceres não estava fora de questão.

Em qualquer país civilizado, a revelação de um crime de tal monta seria suficiente para provocar comoção social, aquecer os debates de intelectuais sério e levar as massas às ruas em defesa do estado de direito. Mas o que vemos no Brasil? A imprensa, com raras exceções, tenta desesperadamente achar argumentos que tornem o crime um mal menor. José Dirceu, José Genuino e Delúbio Soares são considerados pelo STF gente do naipe de um Marcola, chefe de organização criminosa. E o que faz a imprensa? Concede aos culpados um amplo espaço para a exposição de argumentos. A justiça conferiu-lhes o mais amplo direito de defesa. Não mereciam ser entrevistados. Alguém quer ouvir o que Marcola tem a dizer?

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Oradores da oposição deveriam estar se revezando na tribuna do Congresso para denunciar o achincalhe imposto ao país pela quadrilha do PT. Quem dispõe de espaço na grande imprensa deveria estar denunciando diuturnamente um abuso que nem o mais atrevido comandante militar ousou cometer. O ex-presidente Lula deveria estar sendo instado diariamente a explicar o cada vez mais improvável desconhecimento dos descalabros consumados a poucos metros do seu gabinete. A atual presidente também deveria explicar-se. O STF não julgou o “grupo de José Dirceu”. Foram julgados o PT e o governo Lula. Ambos foram considerados golpistas.

Na maior cidade do país, o candidato do partido golpista lidera as pesquisas da intenção de votos. Contra o ex-deputado, ex-senador, ex-prefeito, ex-governador e ex-líder estudantil José Serra há somente críticas de caráter pessoal e uma antipatia gratuita exacerbada pela imprensa. Que denúncias consistentes pesam contra o candidato do PSDB? Nenhuma. Alguém contesta sua  competência gerencial? Não. Ainda assim, a população parece preferir uma figura que acumula gestões desastradas na Secretaria de Finanças de São Paulo e no Ministério da Educação. Um povo que elege gente desse naipe não é vítima. É cúmplice.

Que caldo cultural permitiu que o país chegasse a este baixo nível do exercício político? Não é uma explicação fácil. Mas parte do processo de criação deste cenário deprimente deve-se à adoção da pauta do politicamente correto pela imprensa e por alguns formadores de opinião. Há uma falsa visão segundo a qual, por trás da busca da perpetuação no poder, o PT tem um projeto de inclusão social. Pelo construção do paraíso na terra essa parcela de idiotas úteis aceita entregar uma bacia de direitos, um grande naco de liberdades, um balaio de leis.

Estamos forçados a conviver com um Estatuto da Criança e Adolescente que é um berçário de marginais. Estamos submetidos a uma miríade de ongs que dizem o que é virtude e o que é vício. Estamos vendo valores seculares revogados por uma minoria barulhenta e sectária. O país não terá futuro se não voltar os olhos para o passado e ali buscar tudo aquilo que nos tornou uma nação tolerante. Permitir que bandidos sejam promovidos a heróis em nome de um falso projeto de bem estar social é um péssimo passo. Parodiando Samuel Johnson, não podemos permitir que o politicamente correto seja o último refúgio dos canalhas

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