O escândalo do Petrolão virou tema de história em quadrinhos no site da Bloomberg
Faz tempo que o escândalo do Petrolão ajuda a piorar a imagem do Brasil com o espaço que tem merecido no noticiário político-policial da imprensa estrangeira. Mas coube ao site da Bloomberg, publicação americana especializada em economia, descobrir que a roubalheira colossal era um bom tema para uma história em quadrinhos. Publicados em 29 de […]
Faz tempo que o escândalo do Petrolão ajuda a piorar a imagem do Brasil com o espaço que tem merecido no noticiário político-policial da imprensa estrangeira. Mas coube ao site da Bloomberg, publicação americana especializada em economia, descobrir que a roubalheira colossal era um bom tema para uma história em quadrinhos.
Publicados em 29 de janeiro, os desenhos e textos de Peter Millard tentam explicar didaticamente, desde o começo, a brasileiríssima patifaria. Pequenos equívocos são compensados por lembretes que boa parte da imprensa nativa prefere esquecer. Um deles: “A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, era presidente do Conselho da Petrobras na época em que aconteceram os eventos que estão sob investigação. Ela não está sendo responsabilizada”.
O MAIOR ESCÂNDALO QUE O BRASIL JÁ VIU, informa o título da história contada por Millard, reproduzida pela coluna e acompanhada pela tradução para o português.
1) Durante muito tempo os brasileiros tiveram orgulho da Petrobras – a companhia estatal de petróleo incluída no ranking das maiores corporações do mundo.
2) A Petrobras está agora no centro de um escândalo que envolve US$ 23 bilhões de dólares em contratos suspeitos.
3) O Ministério Público concluiu que o esquema de propinas beneficiava tanto executivos como políticos.
1) Em 2010, o valor de mercado da Petrobras era de aproximadamente US$ 230 bilhões. Atualmente, sobretudo por causa do escândalo, esse valor caiu para US$ 49 bilhões. A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, era presidente do Conselho da Petrobras na época em que aconteceram os eventos que estão sob investigação. Ela não está sendo responsabilizada.
2) Em março de 2014, a Polícia Federal prendeu 24 suspeitos de lavagem de dinheiro em vários lugares do país.
3) A investigação foi batizada de Operação Lava Jato. O doleiro Alberto Youssef, um dos chefes do esquema, deu, inclusive, um veículo Range Rover de presente para Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras.
1) A polícia vasculhou o escritório e a casa de Paulo Roberto Costa e o prendeu ao constatar que o ex-diretor adulterou documentos que comprovavam o recebimento da propina paga por fornecedores da Petrobras em troca de contratos. Um juiz libertou Costa com a justificativa de que ele não fugiria do país.
2) Em 2 de junho de 2014, Costa foi preso pela segunda vez depois de a polícia descobrir uma conta com mais de 23 milhões de dólares em um banco na Suíça.
3) Os investigadores acreditam que o dinheiro é originário de crimes de corrupção.
4) Em agosto, Costa assinou um acordo de delação premiada, e revelou aos procuradores de Justiça que políticos o ajudaram a conseguir um cargo no quadro de executivos da Petrobras. No depoimento, ele também contou que influenciava na escolha das empreiteiras que iriam participar dos projetos da empresa e que dividia parte das propinas com políticos.
5) A mídia local começou a chamá-lo de homem-bomba por causa dos estragos que poderiam ser produzidos pelo depoimento.
1) Em novembro de 2014, a polícia emitiu 25 mandados de prisão contra outros envolvidos no esquema de propina, incluindo um ex-chefe de engenharia da Petrobras e o CEO da empreiteira OAS. Eles se declararam inocentes.
2) Em 24 de dezembro, a cidade de Providence, nos Estados Unidos, acionista da Petrobras, acionou judicialmente a estatal por ter ocultado o escândalo financeiro.
3) Mais prisões serão anunciadas em breve. Será o fim?