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Augusto Nunes

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Nelson Motta: ironias revolucionárias

O Estadão desta sexta-feira publicou um ótimo texto de Nelson Motta. O título é Ironias revolucionárias. O tema é Cuba. Confiram. Pego uma carona no ponto final. Enquanto a ditadura cubana solta presos políticos, o Congresso dos Estados Unidos debate a lei que libera os americanos para viajar à Disneylândia socialista. O momento histórico não […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 14h47 - Publicado em 16 jul 2010, 18h40

O Estadão desta sexta-feira publicou um ótimo texto de Nelson Motta. O título é Ironias revolucionárias. O tema é Cuba. Confiram. Pego uma carona no ponto final.

Enquanto a ditadura cubana solta presos políticos, o Congresso dos Estados Unidos debate a lei que libera os americanos para viajar à Disneylândia socialista. O momento histórico não é só dramático, também é muito irônico.

Há 51 anos, um dos orgulhos míticos da revolução é ter livrado Cuba de ser “um bordel dos americanos”. Com a liberação das viagens aos vizinhos, hordas de turistas mal-educados e cheios de dólares invadirão a ilha, e serão muito bem-vindos, como uma salvadora fonte de divisas para a indigente economia da ilha. Será o encontro feliz do consumismo com o comunismo.

Mesmo com a proibição, mais de 100 mil americanos viajaram para Cuba no ano passado, via México, se arriscando a multas e chateações judiciais. Imaginem liberando geral. Não haverá rum para tanta gente.

Viagens baratas, de pouco mais de meia hora de voo, levarão o melhor e o pior dos turistas americanos a Cuba, em busca de sol e mar, mas também de diversão, negócios, aventura e, naturalmente, sexo.

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Com o agravamento da crise econômica e sem perspectiva de trabalho, jovens cubanos de todos os sexos e formações estão se prostituindo para sobreviver. Fidel fez piada, dizendo que em Cuba até as putas são universitárias, mas a ironia da história é que, em volta dos hotéis, dos bares e boates, Havana se tornou um bordel a céu aberto. Mas não só de americanos.

Como não há nada mais conservador do que a revolução cubana, só Fidel e a velha guarda do partido ainda continuam odiando e esperando a agressão dos “yankis”. As novas gerações os chamam, com simpatia, de “yumas”, admiram suas qualidades e sonham consumir as maravilhas que eles produzem com liberdade e tecnologia. Estão loucos para trocar ideias com eles. E, se possível, ganhar algum dinheiro, porque, apesar do salário de 20 dólares mensais, há cada vez mais desempregados.

Pior: ultimamente só foram criados empregos de fiscais, para tentar conter o roubo sistêmico nas fábricas e empresas estatais. Diz um amigo cubano que endureceu sem perder o humor: “O que vai mudar é que agora os que roubam para sobreviver vão ter que rachar com os fiscais.”

Embarco no artigo de Nelson Motta para espantar-me com outra ironia. Nos anos 50, quando Fidel  Castro lutava pelo poder, havia em Cuba uma ditadura ultradireitista a derrubar, uma economia asfixiada pela monocultura da cana e prostitutas demais em Havana. Mais de meio século depois, há prostitutas demais na ilha inteira, um oceano de canaviais asfixiando a economia e uma ditadura comunista a derrubar. Fidel continua lutando pelo poder.

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