Leiam a reportagem publicada nesta quinta-feira no Diário de Notícias, de Portugal, que a coluna reproduz integralmente. Só faltou a qualificação do personagem que no momento atende pela alcunha de Jay Dee, aqui resumida: José Dirceu é guerrilheiro de festim, ex-deputado que conseguiu ser cassado pelo Congresso brasileiro, ex-capitão do time do Planalto expulso de campo pelo Mensalão, ex-comandante (segundo a Procuradoria Geral da República) da “organização criminosa sofisticada” que promoveu a maior roubalheira da história, carregador de bolsa de Dilma Rousseff e facilitador de negócios suspeitos, fora o resto. Vejam a última do comunista que virou “consultor” de estimação de 10 em 10 capitalistas selvagens:
José Dirceu, ex-ministro do Governo de Lula da Silva, defendeu ontem a entrada da Portugal Telecom no capital da Oi. “Sempre defendi a fusão da Oi com a Brasil Telecom ou uma empresa comum como a PT”, afirmou Dirceu, que já foi apontado como um dos alegados operacionais dos accionistas portugueses da PT para assegurar a entrada da PT no capital da Oi.
Dirceu, que deixou o Governo brasileiro na sequência do escândalo do “Mensalão”, é apontado como sendo próximo do BES e da Ongoing, já que é cronista no jornal Brasil Económico, propriedade do grupo de Nuno Vasconcellos. Também a mulher do antigo governante, Evanise dos Santos, é a directora de marketing do grupo no país. A Ongoing já desmentiu, contudo, qualquer movimentação no sentido de aproximar a Oi e a PT para um eventual negócio futuro.
Embora todas as ligações de Dirceu ao caso tenham sido desmentidas, a verdade é que o antigo governante esteve em quase todos os grandes negócios que se realizaram no Brasil. Participou na compra da Brasil Telecom pela Oi (ex- -Telemar), ao defender junto de Lula a tese de que pelo menos uma das operadoras fixas e de telemóveis teria de ser brasileira.
Também no caso de venda de navios para a Venezuela, José Dirceu terá negociado a operação de 300 milhões de euros directamente com o presidente Hugo Chávez, de quem é, aliás, amigo pessoal.
A influência do antigo governante junto do Presidente brasileiro tem ajudado a alimentar esta imagem de um operacional todo poderoso. Prova disso são as suas relações com muitos milionários: o magnata russo Boris Berezovsky contratou-o para tratar de asilo político no Brasil, enquanto o mexicano Carlos Slim, dono da Claro e da Embratel, lhe entregou a responsabilidade de defender os seus interesses no Brasil.