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Imagens em Movimento: A eterna alegria do povo

SYLVIO DO AMARAL ROCHA Autor de Garrincha, Alegria do Povo, Joaquim Pedro de Andrade foi o primeiro cineasta a apontar uma câmera para a trajetória, sem similares no campo e na vida, do brasileiro Manoel Francisco dos Santos, eternizado na galeria dos gênios do futebol com o apelido dado por uma de suas irmãs. Nome […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 03h40 - Publicado em 15 jun 2014, 13h50

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SYLVIO DO AMARAL ROCHA

Autor de Garrincha, Alegria do Povo, Joaquim Pedro de Andrade foi o primeiro cineasta a apontar uma câmera para a trajetória, sem similares no campo e na vida, do brasileiro Manoel Francisco dos Santos, eternizado na galeria dos gênios do futebol com o apelido dado por uma de suas irmãs. Nome de um pássaro que proliferava em Pau Grande, lugarejo onde nasceu e viveu até ser contratado pelo Botafogo em 1951, Garrincha voou nos gramados com tanta inventividade que sobrevive na memória popular como o maior ponta de todos os tempos.

O filme de 60 minutos lançou toda uma cultura imagética que foi mais tarde imortalizada pelo cine-jornal Canal 100: lances em câmera lenta, takes gravados a distância com lentes teleobjetivas e o ângulo baixo, como se o espectador estivesse dentro da jogada. Joaquim Pedro, que já foi tema desta coluna, é um Garrincha do cinema. Esta fita imperdível, de 1963, além de marcar o encontro de dois gigantes, fez com que Garrincha, mesmo depois da morte em 1983 (e da extinção da espécie do ponta especialista), continuasse a ser a alegria do povo.

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Depois da vitória contra a Tchecoslováquina na final da Copa de 1962, Nelson Rodrigues celebrou o herói do bicampeonato na crônica O Escrete de Loucos. Segundo Nelson, a principal característica do brasileiro é a molecagem e Garrincha, sua figura síntese.

“Se aparecesse, na hora, um grande poeta, havia de se arremessar, gritando: ‘O homem só é verdadeiramente homem quando brinca’. Num simples lance isolado, está todo o Garrincha, está todo o brasileiro, está todo o Brasil. E jamais Garrincha foi tão Garrincha, ou tão homem, como ao imobilizar, pela magia pessoal, os onze latagões tchecos, tão mais sólidos, tão mais belos, tão mais louros do que os nossos. Mas vejam vocês: de repente, o Mané põe, num jogo de alto patético, um traço decisivo do caráter brasileiro: a molecagem”.

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Quando o anjo de pernas tortas morreu de cirrose hepática, com apenas 49 anos, coube ao grande poeta Carlos Drumond de Andrade escrever a mais bela homenagem ao anjo de pernas tortas:

“Se há um deus que regula o futebol, esse deus é sobretudo irônico e farsante, e Garrincha foi um de seus delegados incumbidos de zombar de tudo e de todos, nos estádios. Mas como é também um deus cruel, tirou do estonteante Garrincha a faculdade de perceber sua condição de agente divino. Foi um pobre e pequeno mortal que ajudou um país inteiro a sublimar suas tristezas. O pior é que as tristezas voltam, e não há outro Garrincha disponível. Precisa-se de um novo, que nos alimente o sonho”.

O filme a seguir reúne alguns momentos do fantástico driblador. Divirta-se.

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