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Freddie Mercury: Arte no Uber

A banda Queen é uma poderosa demonstração de que uma vida não vivida não desiste de nós até que a vivamos

Por Valentina de Botas
Atualizado em 30 jul 2020, 20h08 - Publicado em 27 nov 2018, 10h56

Valentina de Botas

Ao som de “Somebody to Love”, a cena de abertura de “Bohemian Rhapsody” mostra Freddie Mercury nos bastidores do mais memorável show do Queen, no Wembley Stadium, em Londres, no dia 13 de julho (a partir de então celebrado como o dia do rock) de 1985, no Live-Aid organizado por Bob Geldof para arrecadar fundos para a Etiópia, devastada pela fome. Comovente (até deliciosamente piegas), eletrizante, irreverente. O filme sobre Freddie Mercury/Queen, o dentuço de charme extravagante de origem britânica nascido em Zanzibar, é a cara e muito da alma de um dos meus ídolos-paixões e da banda que eu, adolescente fervorosamente apaixonada e imaginativa, achava que cantava para mim. Se você é fã e ainda não viu, pare de não ver imediatamente e deixe-se arrebatar.

Não se trata de um documentário, então fatos, pessoas e datas receberam licença para lá de poética, mas o que importa são a personalidade irresistível do artista que Freddie foi, sua voz vigorosa e belíssima que abrigava o coração egocêntrico inerente a todo grande artista e o modo como, junto de Brian May (guitarra), Roger Taylor (bateria) e John Deacon (baixo), explodia no palco. Sabe muito bem disso quem não se importou com a lama até os joelhos para testemunhar, no Rock’in Rio de 1985, o Queen ser a primeira grande banda a tocar na América do Sul. O público, comandado pelo ídolo emocionado, entoando o hino “Love of My Life” é dessas coisas que só a comunhão entre a arte, o artista e o público produz. Aliás, não foi dessa vez, mas em 1981, numa apresentação no estádio do Morumbi, o primeiro show deles no Brasil, com a mesma simbiose.

Depois de ver acabar no anonimato algumas bandas que formou ou integrou, Freddie, cuja morte empobreceu o mundo há 27 anos, fez do super bem-sucedido Queen uma poderosa demonstração de que uma vida não vivida não desiste de nós até que a vivamos. O pianista que também estudou balé dominava o palco, regia o público e foi o líder mais arrebatador das bandas de rock (ainda que o Queen não tenha sido a mais emblemáticas entre elas), fato que “Bohemian Rhapsody” deixa intacto, apesar de customizar a verdade a ponto de já circular na internet uma lista confiável de fatos e mitos sobre o que o filme conta. Acho bacana os filhos terem os mesmos ídolos que os pais tiveram quando jovens. Minha filha adolescente adora o Queen, assistimos juntas ao filme e posso dizer que poucas vezes fui tão feliz. Voltamos de Uber para casa cantando no carro as eternas “Love of my Life”, “Bohemian Rhapsody”, “We Are the Champions”. O motorista cantava junto; é a isso que o filme, mesmo impreciso e com uma atuação apenas regular do ator principal (Rami Malek), é um tributo perfeito; essa aptidão da arte em embelezar o mundo fazendo pessoas estranhas se reconhecerem entre si e a elas mesmas.

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