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Do lado certo

A esquerda brasileira e o PT não quiseram reconhecer o fato de que a Venezuela se transformou numa tirania imposta pela força bruta de malfeitores

Por J.R. Guzzo
Atualizado em 30 jul 2020, 19h55 - Publicado em 4 mar 2019, 07h04

J.R. Guzzo (publicado na edição impressa de VEJA e no Blog Fatos)

Há certas horas, no Brasil de hoje, em que é realmente um alívio lembrar que o presidente da República não é Fernando Haddad. Agora, justamente, é uma hora dessas. O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, está em guerra contra a maioria da população do seu próprio país; sua última ideia foi fechar as fronteiras com o Brasil e a Colômbia para não deixar que entrem no país alimentos, remédios e outros artigos de primeiríssima necessidade. É um novo patamar, ao que parece, em matéria de brutalidade. Da mesma maneira que um exército trata de cortar todos os possíveis suprimentos da força inimiga, os militares, as “milícias” armadas e os outros gangsteres que mandam hoje na Venezuela acham que quanto mais fome, doença e calamidades os venezuelanos sofrerem, mais fraca vai ficar a oposição. Pode ser. Pode não ser. O fato é que um pacote de arroz ou uma bolsinha de soro fisiológico viraram alvos estratégicos a serem destruídos. Outro fato é que o governo do Brasil estaria dando apoio pleno a Maduro se o resultado do segundo turno da eleição tivesse sido o contrário do que foi.

Muito se ouviu falar da situação perigosíssima que teria sido criada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro ao declarar-se, antes mesmo de tomar posse, absolutamente contra a ditadura venezuelana. De lá para cá, pelos menos 50 outros países com credenciais democráticas acima de qualquer discussão tomaram a mesma decisão ─ Maduro, neste lado do campo, nem sequer é mais reconhecido como o presidente legal da Venezuela. Fica difícil entender, então, por que o Brasil estaria numa situação mais segura se tivesse ficado dentro do bando de regimes fora da lei, do ponto de vista democrático, que apoia a tirania ─ lugares como Cuba, Rússia, China e outros da mesma natureza. A verdade, para não “problematizar” uma situação onde não há problema nenhum a ser esclarecido, é que a esquerda brasileira em geral e o PT em particular não quiseram até agora reconhecer o fato de que a Venezuela, há muitos anos, se transformou numa tirania imposta pela força bruta de um condomínio de malfeitores. (O ex-presidente Lula chegou a dizer que o verdadeiro problema da Venezuela era ter “democracia demais”.) Por preguiça mental, covardia e simples cobiça, preferiram abraçar a mentira, sempre muito bem remunerada pelas Odebrecht da vida, de que o “bolivarianismo” era um movimento “de resistência à direita”. Daí não conseguiram sair nunca mais.

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Uma das chateações dos cidadãos que não gostam do governo Bolsonaro, muitos dos quais sonham que ele não complete os quatro anos previstos na lei, é a curta duração que os seus problemas têm tido até agora. É uma decepção. Os bolsonarianos, segundo garante o noticiário cotidiano, vivem criando crises descritas como mortais dentro do governo; mas as crises, infelizmente para quem torce contra, estão acabando rápido demais. Já se perdeu a conta de quantos terremotos ameaçaram liquidar o governo nesta sua existência de meros dois meses, ou nem isso; a esperança é que o próximo cataclisma, enfim, consiga pegar. Um dos melhores momentos nessa sucessão de problemas que queimam a largada teve como herói o filho mais jovem do presidente. Como Oliver Cromwell pouco depois da guerra civil na Inglaterra do século XVII, o rapaz parece ter declarado a si próprio como uma espécie de “Lord Protector” do Reino; mas o seu papel de protetor do pai e da República, que estaria afundando o governo em desordem fatal, não durou nem quarenta dias úteis. Aparentemente, ele está de volta às suas atividades normais como vereador do Rio de Janeiro. Se a escrita seguida pelo governo até agora for mantida, é por lá que deverá ficar.

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Num artigo publicado dias atrás sobre a epidemia de abusos sexuais praticados pelo clero da Igreja Católica, o jornalista Clóvis Rossi escreveu que sua neta Alice, de 10 anos, só vai à missa acompanhada pelos pais. É uma dessas frases que, pensando um pouco, definem com espetacular eficácia uma situação e uma época ─ muito melhor do que qualquer relatório de 10.000 páginas escrito por alguma comissão investigativa cinco estrelas, ou mais que isso. Pelo contexto do artigo, um comentário equilibrado, sereno e inteligente sobre a questão, parece claro que o jornalista apenas relatou um fato, sem a menor intenção de montar uma sentença destinada a virar letreiro. Mas aí é que está: um padre católico, que tanto servia como símbolo de proteção, é hoje alguém com quem não se aconselha deixar uma criança de dez anos sozinha. Pior que isso não fica.

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