Dilma analisa o jogo e é analisada pelo caçador de cretinices
Dilma Rousseff não se emenda. Caiu na clandestinidade por alguns dias para livrar-se de entrevistas ou debates ─ e interromper a grandiosa procissão de frases indigentes, declarações sem pé nem cabeça e gafes espetaculares. Escondida em Paris, resolveu comentar no twitter o jogo do Brasil contra a Coreia do Norte. Foi imediatamente capturada por Celso […]
Dilma Rousseff não se emenda. Caiu na clandestinidade por alguns dias para livrar-se de entrevistas ou debates ─ e interromper a grandiosa procissão de frases indigentes, declarações sem pé nem cabeça e gafes espetaculares. Escondida em Paris, resolveu comentar no twitter o jogo do Brasil contra a Coreia do Norte. Foi imediatamente capturada por Celso Arnaldo, que analisa a análise da candidata:
Nossa melhor comentarista, Dilma Saldanha, direto de Paris — onde diz ter assistido ao jogo ao lado de brasileiros animadíssimos, devem ser petistas que andaram de avião pela primeira vez e viajam com diárias em dólares que trarão intactas — fez uma análise ousada da estreia da seleção no twitter, agora há pouco:
“O gol do Maicon e o passe do Robinho para o gol do Elano foram os melhores lances do jogo.E agora,até amanhã, porque aqui são mais de 23hs.”
Um comentarista menos criativo certamente apontaria como os melhores lances do jogo os chutes sem direção do Michel Bastos, os tropeços do Kaká, as matadas de canela do Luis Fabiano, os passes laterais de um metro e meio do Felipe Melo e do Gilberto Silva, as defesas mediúnicas do exigidíssimo Julio Cesar.
Mas, não. Dilma, com seu olho mágico para o futebol (o outro ela reserva para o Brasil — o país, não a seleção), selecionou como lances top do jogo um gol e um passe que resultou no outro gol, entre tantos outros lances espetaculares de Brasil X Coreia do Norte.
Uma visão de jogo à altura de Gérson, a Canhotinha de Ouro, ou mesmo de Pelé. Pelé, não. Pelé é o Lula, que também fez um comentário de quem sabe: “O futebol da seleção tem de melhorar”.
Em Paris, nunca são 23 horas — mas 11 da noite. Em todo o caso, Dilma, vá dormir.