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Augusto Nunes

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Chávez desfila na Sapucaí com a fantasia de HSV da Década

O presidente Hugo Chávez desceu a escada do avião com o uniforme branco de generalíssimo, beijou o asfalto da pista do Galeão e, novamente de pé, ordenou ao companheiro Marco Aurélio Garcia que lhe tirasse a roupa. A comissão de recepção já pensava em chamar o enfermeiro do Sanatório Geral quando começou a aparecer, por baixo da farda, a […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 15h55 - Publicado em 12 fev 2010, 22h35

O presidente Hugo Chávez desceu a escada do avião com o uniforme branco de generalíssimo, beijou o asfalto da pista do Galeão e, novamente de pé, ordenou ao companheiro Marco Aurélio Garcia que lhe tirasse a roupa. A comissão de recepção já pensava em chamar o enfermeiro do Sanatório Geral quando começou a aparecer, por baixo da farda, a fantasia de HSV da Década que o campeão criou inspirado no Super-Homem.

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“Se não precisasse ensaiar com a Viradouro, faria um discurso de 18 horas”, ameaçou. “Daqui a 900 anos, quando eu estiver encerrando a primeira etapa da Revolução Bolivariana, continuarei a lembrar com emoção do chocolate que dei no Lula na enquete”.  Derrotado pelo eleitorado do seu próprio país, o presidente brasileiro negou-se a receber o vitorioso. “Vai no meu lugar e diz que eu tô inaugurando a pedra fundamental de um palanque da Dilma na Bahia”, ordenou a Garcia.  “Ou que a pressão subiu, ou que o Sarney baixou aqui, qualquer merda assim”.

No aeroporto, a boca à espera de um dentista comunicou a Chávez que, por gentileza de Lula, o visitante poderia formular três desejos, que seriam imediatamente atendidos. “Peça o que quiser”, cochichou Garcia. Chávez não vacilou: “Um banho e um quarto com luz”. E o terceiro?, insistiu o anfitrião. “Ficar no mesmo quarto com o Evo Morales, o Daniel Ortega e o Manuel Zelaya”, confessou o risonho venezuelano. “Mandei buscar os três de jatinho”.

Frustrado com o terceiro lugar, Mahmoud Ahmadinejad recusou-se a vir ao Brasil para receber a medalha de bronze.  “Eles que mandem o Celso Amorim me trazer!”, berrou para um aiatolá que, entre uma oração e um enforcamento de oposicionista, faz um bico como informante da coluna. Amorim viajou para Teerã na mesma noite, vestido com aquele pijama da Varig.

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A Comissão Organizadora distribuiu brindes e mimos aos concorrentes que não conseguiram lugar no pódio nem no quarto de Hugo Chávez. Segue-se a relação dos premiados e dos prêmios:

Fidel Castro: um jogging da Seleção Brasileira.
George Bush: uma arma química do Iraque fabricada no Paraguai.
Osama Bin Laden: três dias de hospedagem na Caverna do Diabo.
Omar al-Bashir: um passaporte brasileiro válido para todos os Estados brasileiros.
Muammar Khadafi: um alvará da prefeitura do Rio que permite a instalação da tenda ambulante em Copacabana para a venda de caipirinha e bijuterias da Líbia.

Mais uma vez, os leitores-eleitores deram um show de espírito cívico e senso de justiça! A votação maciça mostrou o prestígio da coluna e a relevância atribuída ao troféu pela comunidade internacional! Entre os piores da década, venceu o pior!

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