Chávez desfila na Sapucaí com a fantasia de HSV da Década
O presidente Hugo Chávez desceu a escada do avião com o uniforme branco de generalíssimo, beijou o asfalto da pista do Galeão e, novamente de pé, ordenou ao companheiro Marco Aurélio Garcia que lhe tirasse a roupa. A comissão de recepção já pensava em chamar o enfermeiro do Sanatório Geral quando começou a aparecer, por baixo da farda, a […]
O presidente Hugo Chávez desceu a escada do avião com o uniforme branco de generalíssimo, beijou o asfalto da pista do Galeão e, novamente de pé, ordenou ao companheiro Marco Aurélio Garcia que lhe tirasse a roupa. A comissão de recepção já pensava em chamar o enfermeiro do Sanatório Geral quando começou a aparecer, por baixo da farda, a fantasia de HSV da Década que o campeão criou inspirado no Super-Homem.
“Se não precisasse ensaiar com a Viradouro, faria um discurso de 18 horas”, ameaçou. “Daqui a 900 anos, quando eu estiver encerrando a primeira etapa da Revolução Bolivariana, continuarei a lembrar com emoção do chocolate que dei no Lula na enquete”. Derrotado pelo eleitorado do seu próprio país, o presidente brasileiro negou-se a receber o vitorioso. “Vai no meu lugar e diz que eu tô inaugurando a pedra fundamental de um palanque da Dilma na Bahia”, ordenou a Garcia. “Ou que a pressão subiu, ou que o Sarney baixou aqui, qualquer merda assim”.
No aeroporto, a boca à espera de um dentista comunicou a Chávez que, por gentileza de Lula, o visitante poderia formular três desejos, que seriam imediatamente atendidos. “Peça o que quiser”, cochichou Garcia. Chávez não vacilou: “Um banho e um quarto com luz”. E o terceiro?, insistiu o anfitrião. “Ficar no mesmo quarto com o Evo Morales, o Daniel Ortega e o Manuel Zelaya”, confessou o risonho venezuelano. “Mandei buscar os três de jatinho”.
Frustrado com o terceiro lugar, Mahmoud Ahmadinejad recusou-se a vir ao Brasil para receber a medalha de bronze. “Eles que mandem o Celso Amorim me trazer!”, berrou para um aiatolá que, entre uma oração e um enforcamento de oposicionista, faz um bico como informante da coluna. Amorim viajou para Teerã na mesma noite, vestido com aquele pijama da Varig.
A Comissão Organizadora distribuiu brindes e mimos aos concorrentes que não conseguiram lugar no pódio nem no quarto de Hugo Chávez. Segue-se a relação dos premiados e dos prêmios:
Fidel Castro: um jogging da Seleção Brasileira.
George Bush: uma arma química do Iraque fabricada no Paraguai.
Osama Bin Laden: três dias de hospedagem na Caverna do Diabo.
Omar al-Bashir: um passaporte brasileiro válido para todos os Estados brasileiros.
Muammar Khadafi: um alvará da prefeitura do Rio que permite a instalação da tenda ambulante em Copacabana para a venda de caipirinha e bijuterias da Líbia.
Mais uma vez, os leitores-eleitores deram um show de espírito cívico e senso de justiça! A votação maciça mostrou o prestígio da coluna e a relevância atribuída ao troféu pela comunidade internacional! Entre os piores da década, venceu o pior!