Autor do indispensável Dilmês – O Idioma da Mulher Sapiens, o jornalista Celso Arnaldo Araújo resolveu homenagear esta coluna com um comentário sobre o texto que trata do legado manuscrito de Lula. Como sempre, acabou produzindo um post com lugar assegurado no Direto ao Ponto. Confira. (AN)
Lembrei, na hora, de um bilhete-bronca enviado por Dilma a duas ministras em 2012. Na foto, a presidenta lê a resposta de uma delas no verso do bilhete, deixando o pito exposto. É uma das quatro manifestações conhecidas do dilmês escrito – na qual Dilma se endereça a “Isabela” (a ministra era Izabella) e pergunta “porque”.
Outra manifestação do dilmês escrito foi a saudação registrada no livro de ouro do museu dos guerreiros de Xian, na China. A exemplo daqueles guerreiros, é uma relíquia para a eternidade, sem a intermediação do espantoso dilmês oral:
“Agradeço ao governo e ao povo chinês essa magnífica descoberta e a preservação desse patrimônio da humanidade. A fantástica criação do exército de Terracota com guerreiros, generais, cavalos e carroças demonstra a imensa capacidade do povo chinês ao longo dos séculos. O povo brasileiro e o governo brasileiro dão seu apreço e sua homenagem a essa grande realização da humanidade pelo povo chines. Xian, 16/04/2011, Dilma Rousseff”.
Como se vê, a “imensa capacidade” do povo brasileiro agora é chinesa. Uma análise bem superficial do histórico documento: em dilmês escrito, não se cumprimenta — se “dá” apreço e homenagem. Na cabeça de Dilma, a humanidade e o povo chinês fazem coisas em parceria, o Exército de Terracota foi construído ao longo dos séculos e carruagem é carroça. E chines não usa chapéu.