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Augusto Nunes

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A sucursal da Venezuela bolivariana vai morrer em 2018

Os democratas brasileiros completarão nas urnas de 2018 o serviço de saneamento iniciado nas eleições municipais

Por Augusto Nunes Atualizado em 2 ago 2017, 14h50 - Publicado em 2 ago 2017, 14h49
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  • Em países democráticos, não existem presos políticos. Se houver algum, não há democracia. A Venezuela, neste momento, tem mais de 130 presos políticos. Tampouco existe democracia sem oposição com liberdade para divergir. Na Venezuela, o governo encarcera líderes oposicionistas e trata manifestantes oposicionistas à bala. Passam de cem os mortos só nos últimos três meses.

    Nos regimes democráticos, os três Poderes são independentes. Na Venezuela bolivariana, o chefe do Executivo, Nicolás Maduro, subjugou o Judiciário e tenta agora exterminar o Legislativo eleito pelo voto popular. Falta pouco para que o berço do socialismo do século 21 embale uma ditadura com cara de anos 50.

    Maduro, um bigode sem cabeça, faz o possível para apressar o parto da Cuba sul-americana concebida por Hugo Chávez, um bolívar-de-hospício. Cada vez mais distante do mundo civilizado, a nação devastada pelo obscurantismo é a luz que ilumina a caminhada para trás dos órfãos do Muro de Berlim e das viúvas do stalinismo.

    No encontro do Foro de São Paulo promovido na Nicarágua, a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, endossou sem ressalvas as delirantes conclusões da pajelança dos matusaléns ideológicos. Uma delas avisa que Lula é inocente. Outra acusa a oposição venezuelana de sonhar com o assassinato da democracia que Maduro defende heroicamente.

    Por tudo isso e muito mais, cumpre aos democratas brasileiros concluírem nas eleições de 2018 o serviço de saneamento político iniciado nas urnas de 2016. Ainda grogue com o fiasco nas disputas municipais, o PT vai descobrir que se tornou nanico. Um partido envilecido pela corrupção sistêmica e perdido em algum lugar do passado não merece, neste começo de terceiro milênio, eleger sequer um vereador de grotão.

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    A seita que tem em Lula seu único deus será varrida dos Estados mais relevantes e terá de contentar-se com bancadas parlamentares raquíticas. Pior: não demorará a saber que é mais fácil Frei Betto virar Papa do que o chefão voltar ao gabinete presidencial.

    Ao deixar o Planalto, Lula era aprovado por mais de 80% dos brasileiros e a taxa de rejeição não passava de um dígito. Hoje, mais de 50% dos eleitores garantem que não votarão no palanque ambulante, que patina nos 30% de fanáticos ou desinformados.

    Se escapar da cadeia, uma hipótese crescentemente improvável, pela primeira vez o campeão da bravata e da bazófia terá de atravessar uma campanha na defensiva, à caça de explicações e álibis que não há.

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