Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana

Augusto Nunes

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

‘O idioma do futebol’, de Deonísio da Silva

Publicado no Globo desta quinta-feira DEONÍSIO DA SILVA Na Copa de 62, enfrentando a Inglaterra, Garrincha disse a Didi: “O São Cristóvão está de uniforme novo.” Confundindo uma festa religiosa com a garantia constitucional do habeas corpus, o goleiro Manga declarou aos jornalistas: “O homem disse que, se me suspenderem, ele entra com um Corpus […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 03h33 - Publicado em 3 jul 2014, 16h52
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Publicado no Globo desta quinta-feira

    DEONÍSIO DA SILVA

    Na Copa de 62, enfrentando a Inglaterra, Garrincha disse a Didi: “O São Cristóvão está de uniforme novo.” Confundindo uma festa religiosa com a garantia constitucional do habeas corpus, o goleiro Manga declarou aos jornalistas: “O homem disse que, se me suspenderem, ele entra com um Corpus Christi.” Ao lado de tais frases lendárias, temos essas de Armando Nogueira: “Nem tudo o que cai na rede é peixe. Às vezes é frango.”

    Cronistas esportivos, notadamente os de futebol, vêm dando impressionante contribuição à língua portuguesa, e não apenas com o anedotário do futebol, esporte que para os brasileiros não é o mesmo que é para o resto do mundo. Entre nós, o futebol ganha transcendências impressionantes e se espalha por outros campos, em velocidade e proporções extraordinárias.

    Continua após a publicidade

    A vitória tem de ser total, absoluta. Ser vice ou ficar em último dá no mesmo, como lembrou José Maria Marin, presidente da CBF, em entrevista ao Globo.

    Tivemos duas grandes derrotas para o Uruguai. Numa delas perdemos parte do território nacional, na Guerra Cisplatina, em 1828, mas nossa força militar foi perdoada rapidamente. A seleção brasileira perdeu a Copa de 1950. Foi condenada para sempre.

    Muitas frases do futebol são lendárias, mas outras podem ser comprovadas por meio de registros ouvidos, lidos e vistos, e muitas delas migraram do futebol para a vida cotidiana, de que são exemplos: fazer o meio de campo (encarregar-se de organizar algo); bater na trave (quase acertar); dar bola (dar atenção); entrar de sola (ser bruto, indelicado); ser freguês (ter insucesso constante; claro: é o freguês que sempre paga!); pendurar as chuteiras (aposentar-se); pisar na bola (atrapalhar-se); tirar o time de campo (desistir).

    Continua após a publicidade

    O futebol é uma invenção inglesa e por isso cedemos a neologismos do inglês, depois adaptados para o português, como football, match, shoot e goalkeeper, que viraram futebol, partida, chute e goleiro. E algumas foram inventadas, como arquibaldo e geraldino.

    Outras expressões têm berço mais curioso. “Barba, cabelo e bigode” não veio das barbearias. Veio de quando no mesmo ano eram disputadas as séries infantojuvenil (os jogadores tinham cabelo, mas não tinham barba ainda), a de aspirantes (os jogadores já tinham barba, mas não tinham bigode) e a profissional (os jogadores tinham bigode, quando este era moda para os adultos).

    “Bola pro mato que o jogo é de campeonato” não é sempre literal. Vem do tempo em que havia uma única bola em jogo. Se ela demorasse a voltar, o time pressionado tinha um certo alívio. Mas o mato podia ser um rio, uma lagoa etc.

    Continua após a publicidade

    Abreviações espontâneas foram surgindo. Em Maraca, em vez de Maracanã, dá-se o mesmo processo de profe para professor ou professora. Também o técnico é chamado de professor, ainda que jamais de profe.

    Palavras e expressões, mesmo quando lendárias, influenciam muito a nossa vida.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.