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Platitudes em época de eleição

Parece cada vez mais impossível frear a marcha da insensatez

Por Alon Feuerwerker Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 12h14 - Publicado em 11 set 2022, 08h00
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    Fachada do Congresso Nacional (//Reprodução)

    Era esperado que as diversas alternativas na eleição se apresentassem como a salvação da lavoura e apontassem nos adversários sérias ameaças à segurança, ao bem-estar e ao progresso material e espiritual da sociedade e dos indivíduos.

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    As disputas políticas sempre correram por aí mesmo, mas há uns quinze anos isso exacerbou-se, também pelas frustrações decorrentes da crise de 2008-09 e pela “redessocialização” do debate político e dos mecanismos tradicionais de formação da opinião pública.

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    Mas é preferível acender uma vela a amaldiçoar a escuridão, então talvez valha a pena substituir o lamento pela busca de alguma ideia construtiva, por mais que possa parecer — ou ser — platitude. Na era da infantilização generalizada, até as platitudes podem cumprir um papel.

    E as platitudes também servem de escudo em tempos de guerra política aberta.

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    A platitude que proponho desenvolver neste texto é meio óbvia: e se as diversas forças políticas aceitassem que os adversários, ou inimigos, continuarão morando por aqui, trabalhando, ganhando a vida, opinando, candidatando-se, elegendo e sendo eleitos?

    Volta e meia, os discursos trazem a necessidade de defender a democracia e a liberdade. Para algumas narrativas, a Nova República e a Constituição de 1988 são as grandes “referências democráticas”. Verdade que a Carta, de tantos enxertos e amputações, acabou desfigurada e anda meio agonizante.

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    Aliás, ninguém mais parece estar nem aí para o argumento singelo “mas a Constituição não diz o contrário?”.

    Principalmente os encarregados de zelar pelo cumprimento dela.

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    “Se a alternância de poder é apresentada como uma ameaça à democracia, tem-se um problema”

    Mas o pilar central da Nova República é (era) outro. Foi-se estabelecendo ao longo das duas décadas de resistência ao regime militar, especialmente no declínio dele, um certo consenso a favor de construir um sistema político em que todas as forças pudessem organizar-se pacificamente, disputar eleições e, caso vitoriosas, governar.

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    Era, e é, até uma obviedade. Há outros modelos disponíveis na prateleira, mas se o consenso continua sendo construir uma democracia constitucional pluralista não há como escapar da alternância no poder.

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    E, se numa democracia constitucional pluralista a alternância no poder é apresentada como uma ameaça à democracia, tem-se um problema. Uma contradição em termos.

    A tentação costumeira é “dar um jeito” de bloquear o acesso de determinados grupos políticos ao governo. Mas aí vem a complicação: se uma parte, ainda mais se for uma parte grande, da sociedade está “minorizada”, com o tempo a própria democracia constitucional perde sentido.

    Será saudável se este processo eleitoral desembocar num resultado aceito por todos e se a oposição feita pelos perdedores voltar seu locus para as mobilizações sociais, a opinião pública e o Parlamento, fazendo o Judiciário retornar para dentro da lâmpada mágica, da caixinha de onde saiu.

    Mas não vai acontecer. Não se vê elemento ou vontade capaz de bloquear a reação química desencadeada por aqui em 2013. Nada parece capaz de frear a marcha da insensatez.

    Publicado em VEJA de 14 de setembro de 2022, edição nº 2806

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