PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana
Imagem Blog

Alon Feuerwerker

Por Alon Feuerwerker Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Distensão tucano-petista?

A aproximação, se acontecer mesmo, despertará paixões

Por Alon Feuerwerker Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 13h12 - Publicado em 26 mar 2021, 06h00

O noticiário traz indícios de distensão entre PT e PSDB. Seria algo inédito neste século, desde que Fernando Henrique Cardoso atravessou o rubicão em 1994 e se aliou ao então PFL (hoje Democratas) para formar um bloco anti-Lula na sucessão de Itamar Franco. Foi um movimento e tanto, pois petistas e tucanos vinham próximos e haviam sido sócios fundadores do impeachment de Fernando Collor.

Daí sobrevieram duas décadas de polarização eleitoral e política entre as legendas. O PT derrotou o PSDB sempre que teve segundo turno, já os tucanos ganharam duas vezes no primeiro turno nos anos 1990. Mas a dança do par acabou quando a Lava-Jato dinamitou primeiro o petismo e, mais perto da eleição de 2018, o tucanismo. A força de Luiz Inácio Lula da Silva ainda levou Fernando Haddad à decisão, mas aí deu Jair Bolsonaro.

As almas crédulas podem acreditar que ambas as agremiações estão mobilizadas pelo ímpeto de salvar o Brasil, já os espíritos mais céticos preferirão esperar para saber se não é apenas um enxergando no outro a escada para voltar ao poder em Brasília. É provável que seja uma mistura das duas coisas, mas na política a narrativa é sempre essencial. E desconfiar dela também.

Essa dita aproximação, se acontecer mesmo, vai despertar paixões. A favor e contra.

“Provavelmente o bolsonarismo vai dobrar a aposta conservadora na eleição do ano que vem”

Continua após a publicidade

Para buscar alguma objetividade, será preciso ir às questões de ordem prática. Uma, simples, é imediata: petistas e tucanos apoiariam um ao outro numa decisão de segundo turno contra Bolsonaro? Pode parecer prematuro discutir isso a um ano e meio da eleição, e os políticos, espertos, dirão que é mesmo. Mas é só disso que se trata. Hoje, parece mais fácil o PT aceitar esse compromisso que o PSDB.

Até porque as pesquisas atuais dão mais chance ao petismo que ao tucanismo em 2022.

Eu disse que é só disso que se trata, mas talvez não seja bem assim. Outro ponto importante: aliar-se para fazer o quê? Qual seria o programa de um governo petista-tucano, ou tucano-petista? É fácil dizer que farão uma “frente de salvação nacional”, mas no que consistiria essa “salvação”? Estará o PT, por exemplo, disposto a abrir mão de suas concepções econômicas e geopolíticas, e assim fechar o espaço para uma alternativa viável de centro-direita?

Continua após a publicidade

2022 vai repetir 2002?

Do lado do PSDB, há outro problema. Aquele partido com tintura social-democrata fundado na viragem dos anos 80 para os 90 do século passado ficou na história, e a legenda hoje tem enraizamento mesmo é no eleitorado mais para conservador. Uma coisa é assinar manifestos conjuntos nos jornais e na internet. Outra coisa é fazer o candidato a deputado, senador e governador bater de frente com o eleitor dele.

Porque provavelmente o bolsonarismo vai dobrar a aposta conservadora na eleição do ano que vem. Pois, além de tudo, o conservadorismo é a principal força a explicar a resiliência do presidente da República em meio à blitzkrieg política que a condução da pandemia permitiu desencadear contra o governo.

Publicado em VEJA de 31 de março de 2021, edição nº 2731

Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.