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Há milhões de anos, escorpiões marinhos gigantes cruzavam os oceanos

Mais estudos são necessárias para determinar se esses espécimes faziam essas longas migrações sazonalmente ou como parte de um evento único

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 ago 2024, 00h33 - Publicado em 22 ago 2024, 08h00

Vamos imaginar uma época na qual escorpiões gigantes dominavam os oceanos, e não os tubarões. Milhões de anos atrás, essas criaturas pré-históricas, chamadas euripterídeos, eram os maiores predadores marinhos — podendo atingir quase três metros. Com suas garras enormes e corpos robustos, eles nadavam pelos oceanos, caçando e aterrorizando outras criaturas.

Uma nova descoberta de fósseis na Austrália revelou um fato surpreendente: esses escorpiões marinhos gigantes eram verdadeiros exploradores. Eles não se limitavam a um único lugar, mas sim nadavam por grandes distâncias, cruzando oceanos e explorando novos territórios. Isso significa que eles eram muito mais ágeis e adaptados do que se imaginava.

+ Maior ninhada do século traz esperança para espécie em extinção

O registro fóssil mostra que os euripterídeos atingiram o pico de abundância durante o período Siluriano, cerca de 444 milhões de anos atrás, mas então foram extintos abruptamente no final do início do período Devoniano, cerca de 393 milhões de anos atrás. Os cientistas estão intrigados com esse desaparecimento repentino, pois os escorpiões marinhos foram dominantes por um tempo. “Eles estavam efetivamente funcionando como tubarões”, disse ao New York Times Russell Bicknell, paleobiólogo do Museu Americano de História Natural e principal signatário da pesquisa.

Os fragmentos fósseis australianos examinados neste estudo foram identificados como pertencentes a duas espécies de euripterídeos, incluindo o maior escorpião marinho conhecido, Jaekelopterus. Isso expande o alcance conhecido desses predadores gigantes para o antigo supercontinente de Gondwana, já que fósseis anteriores só foram encontrados na América do Norte e na Europa. A descoberta sugere que os escorpiões marinhos foram capazes de atravessar grandes distâncias oceânicas, provavelmente possibilitadas por seu tamanho enorme.

Migrações sazonais?

Mais estudos são necessários para determinar se os escorpiões marinhos faziam essas longas migrações sazonalmente ou como parte de um evento único. Descobrir mais fósseis em novos locais pode fornecer insights cruciais sobre o motivo pelo qual os escorpiões marinhos acabaram se extinguindo após seu longo período de dominância.

Essa é uma história de aventura e mistério que nos transporta milhões de anos para trás. Ao desvendar os segredos dos escorpiões marinhos gigantes, estamos, na verdade, desvendando um pouco mais da história da vida na Terra.

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