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Formigas fazem cirurgias e são boas nisso; veja vídeo

Animais têm mais de 90% de sobrevida em operações de amputação de perna

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 2 jul 2024, 17h00 - Publicado em 2 jul 2024, 16h48

Um estudo divulgado nesta terça-feira, 2, revelou um segredo surpreendente do mundo animal: formigas da espécie Camponotus floridanus conseguem aumentar muito a sobrevida de suas parceiras que sofrem lesões nas pernas ao realizar cirurgias para reparar ferimentos ou amputar o órgão. 

O estudo publicado no periódico científico Current Biology chocou os pesquisadores. “Quando falamos de comportamento de amputação, este é literalmente o único caso em que ocorre no reino animal uma amputação sofisticada e sistemática de um indivíduo por outro membro de sua espécie”, disse Erik Frank, autor do artigo e pesquisador da Universidade de Würzburg, na Alemanha, em comunicado. 

Como as formigas fazem a cirurgia?

O que a pesquisa mostrou foi que os animais tem um sofisticado sistema de diagnóstico do ferimento sofrido pelas suas parceiras. Quando ele ocorria na tíbia, o equivalente a parte da perna mais próxima aos pés nos humanos, as formigas utilizavam a boca para fazer a limpeza do machucado. Já quando a laceração ocorria no fêmur, após a limpeza, as parceiras também realizavam a amputação do membro.


Por incrível que pareça, o resultado foi positivo. Nos casos das amputações, a sobrevida das pacientes era de algo entre 90 e 95%, enquanto nos casos dos ferimentos na tíbia, 75% dos animais continuavam vivos. As taxas são consideravelmente superiores à sobrevivência de apenas 40% e 15%, respectivamente, quando não ocorre tratamento. 

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“O único sistema médico que pode rivalizar com esse seria o humano”, diz o autor. “As formigas são capazes de diagnosticar uma ferida, ver se ela está infectada ou estéril, e tratá-la adequadamente por longos períodos de tempo.”

Isso já foi visto antes?

Essa não é a primeira vez em que formigas são vistas tratando ferimentos. Em um artigo publicado em 2023, no periódico Nature Communications, pesquisadores viram que insetos da espécie Megaponera analis tem um glândula específica para inocular componentes antimicrobianos em possíveis infecções. 

As formigas analisadas no estudo mais recente não têm essa glândula e, por isso, se especializaram em realizar técnicas mecânicas de tratamento.

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Em um outro artigo recente, pesquisadores também relataram o caso de um Orangotango que foi visto tratando um ferimento no rosto com o macerado de uma planta utilizada pela medicina tradicional humana. “O comportamento também foi repetido diversas vezes, não só com o suco da planta, mas também com material vegetal mais sólido, até que a ferida ficasse totalmente coberta”, a autora do estudo e cientista do Instituto Max Planck, Isabelle Laumer, ao site do centro de pesquisa.

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