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Almanaque de Curiosidades

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Crânio de urso mostra brutalidade em espetáculos do Império Romano

Fóssil encontrado na Sérvia mostra que o animal foi mantido em cativeiro por anos, sofreu lesões no anfiteatro e teve dentes gastos ao roer grades de ferro

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 set 2025, 13h00

Entre os vestígios do antigo anfiteatro de Viminacium, no leste da Sérvia, arqueólogos encontraram o crânio fragmentado de um urso-pardo que viveu há cerca de 1.700 anos. A cidade, capital da província romana da Mésia, tinha até 40 mil habitantes no auge do Império e, como em outros centros da época, o anfiteatro era palco de espetáculos sangrentos. Ali, gladiadores, escravizados e animais selvagens eram forçados a lutar para entreter multidões de até 7 mil pessoas.

A análise do crânio, publicada na revista Antiquity, revelou um trauma profundo na parte frontal do osso, resultado provável de uma investida com lança durante os combates. O ferimento chegou a cicatrizar, mas a infecção associada pode ter levado o animal à morte. Nos dentes, outro sinal de cativeiro: o desgaste excessivo indica que o urso roía barras de metal da própria jaula, comportamento típico de animais mantidos em condições precárias e sob estresse. A idade estimada era de seis anos, o que sugere uma vida curta, marcada por abusos.

Nemanja Marković et al; Antiquity Publications Ltd
(Nemanja Marković et al; Antiquity Publications Ltd/Reprodução)

Uma forma de entretenimento cruel

Fontes históricas já descreviam o uso de ursos, leões, leopardos e até rinocerontes nos jogos romanos. Em ocasiões grandiosas, como a inauguração do Coliseu em 80 d.C., um rinoceronte chegou a ser colocado para enfrentar simultaneamente touros, leões e um urso. Os animais eram capturados em regiões distantes — como os Bálcãs, a África do Norte e a Ásia Menor — e transportados até as arenas, onde eram famintos e treinados à força para enfrentar gladiadores especializados em caça, chamados venatores.

O crânio do urso de Viminacium, no entanto, representa a primeira evidência física concreta da participação de ursos-pardos nesses espetáculos. Junto dele, também foram encontrados ossos de um leopardo e de outros animais, o que reforça a dimensão do uso de feras na cidade. Estudos indicam que, após as lutas, os animais mortos eram rapidamente esquartejados, a carne distribuída à população e os ossos descartados nos arredores do anfiteatro. O achado em Viminacium segue esse padrão e oferece uma visão rara do cotidiano desses jogos.

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