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Alberto Carlos Almeida

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Opinião política baseada em fatos
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Os seis nanicos do manifesto pela democracia

Aquele manifesto gera expectativas impossíveis de serem cumpridas, todos os que o assinaram não controlam em absoluto os partidos a que pertencem

Por Alberto Carlos Almeida 5 abr 2021, 12h48

O manifesto em defesa pela democracia foi assinado por seis políticos, ou melhor, por cinco políticos e um apresentador de TV. Há ali uma carta de intenções, de que caminhem juntos na eleição de 2022. Porém, caberia indagar se eles têm algum controle político sobre esta intenção.

Luciano Huck não controla muita coisa, nem mesmo o horário de seu programa na Rede Globo. Exatamente porque a Globo manda mais do que ele é que com a saída de Faustão do entretenimento de auditório dominical, Huck foi designado por seus patrões a assumir o horário.

Mandetta não manda nada no DEM. Vimos que ACM Neto entrou em conflito aberto com ROdrigo Maia e o derrotou no episódio da eleição da presidência da Câmara dos Deputados. Todas as indicações são as de que o DEM seguirá apoiando Bolsonaro, inclusive em 2022.

João Amoêdo pode até mandar muito no Partido Novo, mas se trata de uma agremiação irrelevante que terá imensa dificuldade de superar a cláusula de barreira. Desde janeiro de 2019, primeiro mês de Bolsonaro na presidência, o Novo vota sistematicamente a favor de tudo que o governo apresenta. Pensando bem, Amoêdo não manda nada e os deputados fazem o que querem.

Ciro não manda nada no PDT. Carlos Lupi é um dos presidentes de partido mais longevos do país, seu reinado é de fazer inveja à grande maioria dos papas, ele só não perde para o dono do Cidadania, Roberto Freire. Se Lupi quiser impedir Ciro de ser candidato, faz isso em um piscar de olhos. Ciro sabe que isso é verdade.

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Eduardo Leite não manda nada no PSDB. Além disso, ele corre o risco de perder a reeleição no Rio Grande do Sul. Leite já declarou várias vezes que não gostaria de concorrer, no estado não há ninguém que tenha sido reeleito. O seu voto foi semelhante ao bolsodoria, e depois ele se afastou de Bolsonaro. É possível que um candidato a governador mais a direita dele e com apoio do presidente o derrote em 2022.

Doria é, dos seis que assinaram o manifesto em favor da democracia, aquele que tem maior poder de barganha, afinal é muito relevante ser o governador do estado mais importante do país. Porém até hoje isso não se traduziu em poder de mando dentro de seu partido. Ele já sofreu mais de uma derrota para Aécio Neves, que hoje é quem realmente manda no PSDB.

Dito isto a conclusão é óbvia, aquele manifesto gera expectativas impossíveis de serem cumpridas, todos os que o assinaram não controlam em absoluto os partidos a que pertencem, e o único que não tem partido não controla seu programa de auditório.

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