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A Origem dos Bytes

Por Filipe Vilicic Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Crônicas do mundo tecnológico e ultraconectado de hoje. Por Filipe Vilicic, autor de 'O Clube dos Youtubers' e de 'O Clique de 1 Bilhão de Dólares'.

Truculência versus progresso

Se tiver fôlego, assista ao vídeo acima. Caso não tenha, o descrevo brevemente. Trata-se de mais uma agressão física de taxistas contra um motorista do Uber, desta vez, em Porto Alegre. A vítima foi espancada por um grupo de homens que encurralou o Fiesta preto e atacou com socos, pontapés e pedaços de madeira. Infelizmente, […]

Por Redação Atualizado em 31 jul 2020, 00h00 - Publicado em 27 nov 2015, 12h54

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Se tiver fôlego, assista ao vídeo acima. Caso não tenha, o descrevo brevemente. Trata-se de mais uma agressão física de taxistas contra um motorista do Uber, desta vez, em Porto Alegre. A vítima foi espancada por um grupo de homens que encurralou o Fiesta preto e atacou com socos, pontapés e pedaços de madeira. Infelizmente, não se trata de um caso isolado. Mas, sim, de uma repetição. E cada vez mais comum. Confira outro caso aqui, ou aqui, ou aqui

O surto de violência é organizado. Em junho, líderes dos taxistas deixaram isso evidente. Em Brasília, durante uma audiência na Câmara justamente para debater como legalizar aplicativos de contratação de motoristas, como o Uber, Antônio Raimundo Matias dos Santos, conhecido como Ceará, presidente do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxi de São Paulo (Simtetaxis), convocou colegas: “não há como conter a categoria”; “vai ter morte”. Em vez de buscarem pelo diálogo racional, os colegas o apoiaram. A exemplo de Natalício Bezerra, presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos de SP (Sinditaxi), para quem Ceará teria dado “o recado”. Frente à situação, eles apenas desdenham.

Qual é o “recado”, afinal? De que se surge uma inovação, algo que beneficia e agrada à maior parcela da população – e não, tão somente, a um grupo de profissionais (difícil, até, chamá-los assim, diante de tal cenário) –, é preciso contê-la com brutamontes? No diálogo racional, e democrático, os taxistas estão perdendo. É iminente a legalização do Uber. Se não agora, logo. Ou toda a infraestrutura de transporte público ficará defasada diante da de outras cidades pelo mundo.

Sim, o Uber sofreu, ou ainda sofre, resistência de taxistas por onde passa. Foi assim na grande maioria dos quase 60 países onde opera. Em um caso que demonstra, mais uma vez, como o arcaico se esforça para conter o moderno. Em reportagem recente, VEJA calculou essa resistência por meio do “Índice Uber”, criado pela revista (confira aqui). Ao se cruzarem dados que medem níveis de burocracia, corrupção e interferência estatal em países, concluiu-se que as nações, digamos, mais “sujas” demonstraram maior reação, e mais truculenta, contra o app. Infelizmente, nesta categoria se encaixa o Brasil, onde os taxistas agridem motoristas do Uber, seus clientes, e já ameaçaram executivos, políticos e jornalistas que se posicionam diante do debate.

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Conversar é parte central da democracia. O convite ao debate sempre é bem-vindo. Se, por essas vias, o Uber fosse considerado ilegal, a sociedade acabaria por aceitar. Porém, não é esse o caminho que se segue. Pelo contrário, a aceitação do app é cada vez mais ampla. Veja a reação a essas agressões, como o convite ao boicote a táxis em Porto Alegre (com apoio de mais de 26 mil pessoas; e contando), em resposta à nova ocorrência de violência. É como disse o inglês Paul Graham, icônico empreendedor da indústria digital: “O Uber é tão obviamente uma coisa boa que é possível medir quão corruptas são as cidades pela intensidade que tentam suprimi-lo”.

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