Parece dica óbvia, daquelas que mães dão antes dos filhos saírem de casa, mas vale seguir essa: tome muito cuidado com o que lê no Facebook, no Twitter… e, muito mais, antes de compartilhar por aí. Tomemos como exemplo o boato de que Michel Temer teria sido chamado por um empresário de “Mr. Fora Temer”, na China. Piada pronta, claro, tanto que foi explorada pelo humorista José Simão em sua coluna. Contudo, como mostrou esse post do blog #VirouViral, também de VEJA, muita gente levou a sério. Principalmente depois que se espalhou por redes sociais como se fosse notícia de sites críveis – na real, era o total oposto disso, como se pode conferir no link acima.
Mas o que temos a aprender com essa história?
Na internet, considere (ainda mais) a máxima: uma mentira viaja metade do mundo enquanto uma verdade ainda está calçando as botas. E, aí, não vale o clichê “mentira tem perna curta”. Explico abaixo.
Uma pesquisa recente da Universidade de Warwick, na Inglaterra, analisou como 330 rumores – como um que cravava que o presidente russo Vladimir Putin teria sumido por 10 dias, em consequência de ter morrido (!) ou ter sofrido um golpe militar (!!) – se espalharam pelo Twitter. As descobertas:
– enquanto uma notícia verdadeira costuma demorar 2 horas para ser confirmada como tal, uma falsa leva 14 horas para ser desmentida;
– uma mentira tem, em média, mais compartilhamentos e curtidas do que uma verdade.
Já outro estudo, da Universidade de Indiana, nos EUA, está desenvolvendo um software capaz de detectar e checar verdades e mentiras na web. Por enquanto, a pesquisa já chegou a um achado preocupante: usualmente, leva 13 horas entre uma notícia falsa ser divulgada e o seu esclarecimento.
O problema é que o embuste continua a circular por Facebook, Twitter e cia., em velocidade maior que o desmentido (como provaram os cientistas de Warwick). Ou seja, dificilmente a verdade irá se sobrepor.
Leia também
Mais provas de que as pessoas não leem antes de comentar o que veem na internet
As pessoas compartilham e comentam notícias no Facebook sem lê-las antes?
Bel Pesce, os millennials e a geração (que quer ser precoce) dos “fundadores”
Em resumo, retorno à sugestão do início deste post: tome (muito) cuidado antes de acreditar em algo que viu em sua timeline (principalmente quando esse algo é, digamos, bizarro, sem sentido…).
Para acompanhar este blog, siga-me no Twitter, em @FilipeVilicic, e no Facebook.