Terras podem valer mais inexploradas do que cultivadas, aponta estudo
Pesquisa de Cambridge revela ganhos financeiros maiores na preservação do que na exploração de terrenos naturais
De acordo com uma nova pesquisa, pode haver maior lucro em preservar bosques e pantanais do que em explorar seus recursos. O estudo foi liderado por cientistas da Universidade de Cambridge e da Sociedade Real pela Proteção dos Pássaros.
Os pesquisadores analisaram 24 regiões em seis continentes e constataram que o papel ecológico desempenhado por essas terras, como o armazenamento de carbono e a prevenção de enchentes, faz com que elas sejam mais lucrativas quando mantidas intactas do que quando usadas para cultivar cereais, açúcar ou cacau, por exemplo. Segundo os responsáveis pelo estudo, são poucas as pessoas que consideram esses benefícios naturais de manter a terra preservada na hora de explorá-la.
O estudo, publicado no periódico científico Nature Sustainability, revelou que mais de 70% das regiões analisadas valem mais preservadas do que cultivadas pelo homem. Isso significa que, ainda que o interesse do explorador seja puramente econômico, faz sentido optar pela proteção do ecossistema.
Segundo os cientistas, o trabalho não deve ser usado para justificar o abandono de terras já cultivadas pelo homem, e sim para mostrar o quão pouco valorizamos o capital natural em prol do lucro. A esperança agora é de que políticas públicas sejam construídas para recompensar aqueles que preservam as terras que possuem e penalizar quem mantém práticas insustentáveis em seus terrenos.