Sonda solar fará voo mais próximo de Vênus em agosto
Manobra possibilitará que, em setembro, Parker chegue ao ponto mais próximo do Sol até agora
Entre 1960 e 1970, engenheiros da Nasa começaram a considerar a idealização de uma sonda que estudaria o Sol de perto. Apesar das grandes evoluções tecnológicas da época, esse era um projeto desafiador que só foi lançado, finalmente – e com sucesso -, décadas depois, em 2018, com o nome de Parker Solar Probe . Agora, os responsáveis fizeram uma manobra com a sonda que promete ser importante para que a missão chegue ao fim como planejado.
No próximo dia 21, a sonda fará mais um voo por Vênus, antes de seguir em direção ao Sol. A manobra, realizada no último dia 3, durou apenas 4,5 segundos, o que fez com que a Parker mudasse sua trajetória em 124 quilômetros. Com isso, a sonda conseguirá chegar ao ponto mais próximo de Vênus até agora, com 1,4 segundos de antecedência.
Dadas as proporções, isso pode parecer pouco, mas a mudança possibilitará que, em setembro, a Parker passe pelo Sol a apenas 7 quilômetros de distância e a mais de 640 mil quilômetros por hora – um recorde até agora.
Essa será a sexta de um total de sete passagens que a sonda fará pelo planeta vizinho . A cada passagem, ela volta ao Sol para dar algumas voltas, cada vez mais próximas. Esse esquema possibilitou que, em 2021, ela tocasse o astro pela primeira vez, atingindo a área conhecida como corona.
O objetivo dessa missão é compreender melhor o Sol, tentando entender, principalmente, como funcionam os ventos solares. Se isso der certo, será possível prever melhor a dinâmica dessas “tempestades” que bombardeiam a Terra com partículas que podem, nos cenários mais extremos, danificar satélites, equipamentos eletrônicos e redes de transmissão de energia.
A missão recebeu o nome de Parker em homenagem a Eugene Parker, professor do departamento de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Chicago. Na década de 1950, ele propôs teorias complexas de descrevem como as estrelas funcionam, como surgem os ventos solares e porque a corona, descrita como a atmosfera do sol, é mais quente que a superfície do próprio astro. A expectativa é que esse projeto dure até 2025, quando fará sua 24ª passagem pelo ponto mais próximo do Sol.