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Rocha de 4 bilhões de anos pode ser sinal mais antigo de vida na Terra

Carbono presente nas rochas de uma região do Canadá sugere que os primeiros seres vivos surgiram no nosso planeta 200 milhões de anos antes do esperado

Por Da redação
Atualizado em 27 set 2017, 17h58 - Publicado em 27 set 2017, 17h34

A vida pode ter surgido na Terra há quase 4 bilhões de anos, indica um estudo publicado nesta quarta-feira na revista Nature. A descoberta, que foi baseada na análise do carbono presente em rochas da região de Labrador, no Canadá, sugere que os primeiros seres vivos podem ter aparecido cerca de 200 milhões de anos antes do esperado. A afirmação, no entanto, está passando pela análise de outros cientistas – mas, se os resultados se confirmarem, isso significaria que os primeiros organismos surgiram durante um dos períodos mais violentos da história da Terra, conhecido como “Bombardeio Tardio”.

Até 3,8 bilhões de anos atrás, o planeta era recorrentemente atingido por gigantescos asteroides e cometas, que eram como “sobras” da formação do sistema solar. Por isso, cientistas acreditavam que durante essa fase seria muito improvável que qualquer tipo de vida tenha aparecido, principalmente porque as evidências de seres vivos mais antigas até então datavam justamente o fim desse período. “Mas agora [temos evidências de] 4 bilhões de anos. A vida começou na Terra durante um bombardeio pesado de meteoritos, o que é surpreendente”, diz o líder do estudo, Yuji Sano, pesquisador na Universidade de Tóquio, no Japão, em entrevista ao The Guardian. Além disso, cientistas, de uma forma geral, acreditam que o oceano se formou há 4,3 bilhões de anos – o que significa que, se o estudo recém-publicado estiver correto, ele deixa uma janela pequena, em termos geológicos, para o surgimento da vida.

No entanto, a principal crítica às afirmações feitas pela equipe é que ela está baseada unicamente na descoberta de que alguns pedaços de grafite (uma outra forma do carbono) presentes nas rochas possuem os mesmos índices de isótopos (variações) de carbono que são vistos em organismos vivos.

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Seres vivos costumam apresentar uma maior concentração da versão “leve” desse elemento, chamada carbono-12, em vez da versão mais pesada, conhecida como carbono-13. Quando eles morrem, a matéria orgânica torna-se lodo e pode, eventualmente, formar rochas, preservando esses isótopos de carbono. Mas, no caso do grafite, é possível que ele se forme independentemente da existência de organismos vivos no local ou não, como por meio da ação glacial de processos geoquímicos ou do impacto de meteoritos no solo. Por isso, grande parte da comunidade científica ainda não está convencida de que essas rochas, necessariamente, podem abrigar restos dos nossos ancestrais.

Outra crítica é que talvez as rochas não sejam tão antigas quanto afirmam os estudiosos. A datação do grafite na região foi baseada na medida de minúsculas partículas de um mineral chamado zircão. Mas, segundo alguns pesquisadores, Sano e sua equipe se basearam na idade da concentração zircão mais antiga que encontraram, que estava a quilômetros de distância do local de onde vieram muitas das amostras de grafite usadas no estudo.

Porém, de acordo com Sano, testes similares poderiam ser usados ​​para identificar os tipos de micróbios que ficaram presos no grafite ou até encontrar evidências de vida em outros planetas. “Se tivermos uma amostra adequada, como um novo meteorito marciano, podemos discutir a vida em Marte”, disse ele.

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