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Relevo com deuses da Mesopotâmia é descoberto em palácio milenar no Iraque

Cena esculpida há mais de 2.700 anos mostra o último grande rei assírio ladeado por seres míticos e pode lançar nova luz sobre os rituais de poder da época

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 14 Maio 2025, 08h30

Arqueólogos da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, fizeram uma descoberta impressionante no norte do Iraque: fragmentos de um enorme relevo esculpido em pedra que representa o rei Assurbanípal, o último grande governante do império assírio, acompanhado por duas divindades e outras figuras simbólicas. A peça estava no que foi o salão do trono do Palácio Norte da antiga cidade de Nínive, uma das mais importantes da Mesopotâmia.

O relevo mede cerca de 5,5 metros de comprimento por 3 metros de altura e pesa aproximadamente 12 toneladas. Segundo os pesquisadores, ele é extraordinário não apenas pelo tamanho, mas também por retratar divindades assírias — algo muito raro entre os artefatos já encontrados nos antigos palácios do império.

modelo 3d relevo templo iraque assirio
Modelo 3D do relevo: As partes encontradas estão marcadas em cinza escuro; as áreas em cinza claro representam uma reconstrução baseada nos fragmentos. O rei Assurbanípal aparece ao centro, ladeado pelo deus Ashur (à esquerda) e por Ishtar, deusa padroeira de Nínive (à direita). Ambos são seguidos por um gênio-peixe e uma figura de apoio com os braços erguidos. (Heidelberg University/Reprodução)

Quem são as figuras representadas no relevo?

No centro da composição aparece o próprio Assurbanípal, que governou no século VII a.C. Ao seu lado estão os deuses Ashur, principal divindade do panteão assírio, e Ishtar, deusa da fertilidade e da guerra, protetora da cidade de Nínive. Atrás deles, surgem duas figuras mitológicas: um “gênio-peixe”, ser associado à vida e à salvação, e uma criatura de braços erguidos que os arqueólogos acreditam ser um escorpião-humano — personagem comum nas mitologias da região.

O conjunto de figuras sugere que um grande disco solar alado, símbolo divino, pode ter decorado a parte superior do relevo. Os detalhes serão analisados nos próximos meses com base nos dados coletados no local.

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Por que essa descoberta só foi feita agora?

Apesar de o Palácio Norte de Nínive ter sido escavado por britânicos no século XIX — com parte dos relevos hoje em exibição no Museu Britânico, em Londres — esse painel específico permaneceu escondido. Os fragmentos estavam enterrados em uma cova atrás de uma das paredes do trono, provavelmente aberta no período helenístico, entre os séculos III e II a.C.

Esse esconderijo acidental pode ter sido justamente o que preservou a obra por tanto tempo e impediu que fosse encontrada nas escavações anteriores. Agora, com o apoio do Conselho de Antiguidades do Iraque, o plano é restaurar o relevo e recolocá-lo no lugar original, para futura visitação pública.

A cidade de Nínive, situada próxima à atual Mossul, foi capital do império assírio no final do século VIII a.C. e centro político e cultural da região. A descoberta reforça a importância histórica do local e revela novos elementos sobre o poder e a religiosidade do último grande rei da Assíria.

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