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O efeito da falta de gravidade na cabeça dos astronautas

Viajantes espaciais desenvolvem alteração cerebral semelhante à de pacientes com doenças neurodegenerativas

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 9 jun 2023, 13h36
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  • Impressão artística de astronauta flutuando na Estação Espacial Internacional
    MICROGRAVIDADE - Impressão artística de astronauta flutuando na Estação Espacial Internacional (John Lamb/Getty Images)

    O efeito da gravidade terrestre no corpo humano é algo que passa despercebido para a maioria das pessoas, mas a importância desse fenômeno vai muito além de apenas manter os pés no chão. Os primeiros astronautas que passaram um tempo no espaço, ao voltar para a Terra, perceberam as consequências da falta dele na força e no equilíbrio. Um estudo publicado agora revela mais uma dessas sequelas, dessa vez na cabeça dos viajantes. 

    O principal impacto foi observado no ventrículos, espaços no cérebro por onde passa o fluido cerebrospinal. Nos astronautas, esse espaço se mostrou maior do que o normal. O alargamento, no entanto, é temporário. Após três anos do retorno à Terra, o cérebro já se mostrou completamente recuperado, o que sugere que esse deve ser o tempo mínimo de espera entre uma viagem e outra. 

    O achado também reforça que a alteração é mesmo consequência da microgravidade. “Na Terra, nossos sistemas vasculares têm válvulas que impedem que todos os nossos fluidos se acumulem em nossos pés devido à gravidade”, explicou a Reuters a autora senior do estudo, Rachael Seidler. “Na microgravidade, ocorre o oposto – os fluidos se deslocam em direção à cabeça. Essa mudança de fluxo para cima provavelmente resulta em expansão ventricular.”

    A investigação, publicada na revista Scientific Reports, contou com 30 astronautas americanos, canadenses e europeus – oito deles participaram de missões curtas e ficaram apenas duas semanas no espaço, outros 18 passaram seis meses e os últimos quatro estiveram em missões mais longas, por um ano. A alteração foi observada apenas nos que passaram mais de um semestre sob microgravidade.

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    Além disso, não foi observada nenhuma diferença entre os que passaram seis meses e os que passaram um ano, o que, de acordo com os pesquisadores, é um bom sinal pois sugere que o efeito não é progressivo e se equilibra após alguns meses. 

    Esse mesmo tipo de alargamento dos espaços cerebrais é observado em pacientes com condições neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer. Uma possível consequência desse fenômeno é o pressionamento das áreas mais próximas aos ventrículos, mas ainda não é possível dizer com certeza quais são os impactos práticos na saúde desses exploradores. 

    A microgravidade também impõe outras consequências fisiológicas, já descritas anteriormente. A mais comum é o enfraquecimento dos músculos e dos ossos, mas a visão também pode ficar mais embasada e o equilíbrio pode ser comprometido. Além da baixa gravidade, a radiação solar também prejudica os astronautas, aumentando o risco de desenvolvimento de câncer.

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