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Não é só gás carbônico: derretimento de geleiras também libera metano

Observação foi registrada no ártico e sugere a possibilidade de um ciclo vicioso que pode acelerar o ritmo do aquecimento global

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 dez 2023, 02h01

Quando se fala em aquecimento global, as regiões permanentemente congeladas do globo – conhecidas como permafrost – são um importante fator da equação. Além do derretimento ser o principal responsável pelo aumento do nível dos mares, ele também libera gases que podem contribuir para o efeito estufa. Até agora, o dióxido de carbono era o principal preocupante, mas pesquisas têm mostrado que o metano, um importante contribuinte do aquecimento global, também pode ser liberado neste processo. 

De acordo com uma pesquisa publicada nesta quarta-feira, 13, no periódico científico Frontiers in Earth Science, um grupo internacional de pesquisadores conseguiu identificar que grandes quantidades de metano estão migrando sob o permafrost. De acordo com eles, se a camada de gelo derreter, esse gás pode ser liberado, gerando um ciclo que pode acelerar substancialmente o aquecimento global. 

De onde vem esses gases?

A região de Svalbard, um arquipélago antártico de domínio norueguês, é repleta de poços profundos feitos por companhias que buscavam fontes de combustíveis fósseis, porque o tipo de rocha sob o permafrost é propício para esse tipo de exploração. O que o monitoramento desses poços mostra é que, ao longo do tempo, existem variações na pressão e no influxo de gases, o que sugere que essas substâncias estão se acumulando sob o gelo. Como esses aumentos não são contínuos, eles conseguem dizer que esse gás, produzido pelas rochas fósseis, está se movendo sob o permafrost

“Um exemplo anedótico vem de um poço que foi perfurado recentemente perto do aeroporto de Longyearbyen”, diz, em comunicado, Thomas Birchall, pesquisador do Centro Universitário de Svalbard e autor principal do artigo. “Os perfuradores ouviram um som borbulhante vindo do poço, então decidimos dar uma olhada, portando alarmes rudimentares projetados para detectar níveis explosivos de metano – que foram imediatamente acionados quando os seguramos sobre o poço.”

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Qual o problema?

O aquecimento global é causado por gases presentes na atmosfera que são capazes de reter a energia gerada pelo sol. Uma vez emitidos, esses gases podem ficar suspensos por décadas, fazendo com que a temperatura global da Terra aumente. Os principais são o dióxido de carbono, o metano e o óxido nítrico. 

Por enquanto, o gelo está retendo esses gases, sem que eles possam afetar a composição atmosférica. À medida que o permafrost derreter ou se tornar mais permeável, no entanto, os gases são liberados e a temperatura local aumenta, promovendo mais derretimento e mais liberação de gases. 

De acordo com os autores, a formação geológica e o processo de glaciação nesse local é muito semelhante ao observado no resto do Ártico e, por isso, é seguro dizer que esses acumulados de metano estão presentes em toda a região, cada dia mais ameaçada pelas mudanças climáticas

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