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Múmia tem cheiro de pinho, baunilha e betume, diz pesquisa

Descoberta sugere que Senetnay era benquista no círculo do faraó Amenófis II

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 ago 2023, 16h52 - Publicado em 31 ago 2023, 12h54
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  • O Egito Antigo é conhecido pelos seus complexos rituais de mumificação. Além do significado religioso e espiritual, esse processo também refletia o status social e a posição do indivíduo dentro de um reino. Um desses muitos indicadores são os bálsamos utilizados nessas cerimônias e um trabalho recente investigou a composição do produto utilizado na múmia de Sonetay, enfermeira do antigo faraó Amenófis II. De acordo com a investigação, ela teria cheiro de pinho, baunilha e betume, indicando uma posição social de destaque. 

    Sonetay viveu em 1450 antes da era comum e seus órgãos mumificados foram armazenados em dois jarros diferentes, em uma tumba real no Vale dos Reis. Os dois jarros continham cera de abelha, óleos vegetais, gorduras animais, betume natural e resinas de pinheiros e lariços. Os pesquisadores também encontraram cumarina e ácido benzoico, o que contribuiu com o cheiro peculiar. 

    Outra característica também chamou a atenção dos pesquisadores. Ambos os jarros tinham composições muito parecidas, mas aquele em que o pulmão de Sonetay estava depositado também continha larixol, substância obtida de um tipo específico de pinheiro, e uma outra resina cuja origem não foi completamente elucidada. Essa descoberta sugere que diferentes substâncias eram utilizadas para mumificar órgãos diferentes, adicionando mais uma camada de complexidade ao processo. 

    De acordo com os pesquisadores, a composição do bálsamo utilizado para mumificar Sonetay é bem mais complexa do que as misturas utilizadas em outros corpos do mesmo período, o que sugere o alto status social da enfermeira e o quão admirada ela era nos arredores do faraó. 

    Além de ter vivido há mais de três milênios, a múmia dessa nobre foi encontrada em 1900, há mais de 100 anos, e por isso os compostos não estão mais preservados. Para investigar a composição, os pesquisadores utilizaram um conjunto de técnicas sofisticadas de biologia molecular, capazes de identificar moléculas específicas e, assim, entender a sua origem. O artigo, assinado por um grupo internacional de pesquisadores, foi publicado no periódico científico Scientific Reports

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