Mais da metade dos maiores lagos do mundo estão secando, diz estudo
Perda vultosa é atribuída ao uso humano e ao aquecimento global
Um dos efeitos esperados do aquecimento global é que regimes de seca e de umidade se intensifiquem, ou seja, regiões estas ficarão progressivamente mais áridas, enquanto as úmidas, mais alagadas. Um estudo publicado recentemente na revista científica Science desafia essa teoria e aponta que até os maiores lagos do mundo estão secando.
Os pesquisadores envolvidos no trabalho aliaram imagens de satélites de quase 2 mil das maiores reservas mundiais coletadas entre 1992 e 2020 a modelos climáticos e hidrológicos. Os resultados surpreenderam. Durante o período investigado, 53% deles reduziram de tamanho, enquanto apenas um quarto teve aumento nos níveis de água.
O volume é inimaginável: ao todo, ao longo das últimas três décadas, 22 bilhões de toneladas de água foram perdidas a cada ano. Isso equivale a perder, anualmente, 40% de um dos maiores lagos artificiais do Brasil, o Serra da Mesa.
Enquanto as cheias foram causadas, principalmente, pela construção de barragens, 56% do volume perdido foi atribuído ao aquecimento global e ao consumo humano. Um prejuízo que, de acordo com os cientistas, não deve ser negligenciado.
O trabalho sublinha um problema que já está sendo discutido há décadas e que, agora, está sendo cada vez mais agravado pelas mudanças climáticas – a escassez de água. Esse elemento é essencial não só para a hidratação humana, mas para a produção de alimentos e para a manutenção de todos os ecossistemas. Ignorar esse problema significa abrir mão do bem mais valioso deste planeta.