James Webb capta imagem mais nítida de Netuno já registrada
Além de pequenos anéis nunca antes captados, a fotografia mostra o astro sem sua cor azulada, já que é a primeira vez que ele é visto em infravermelho
O telescópio James Webb capturou o planeta Netuno, um gigante de gelo no limite de nosso sistema solar, e o resultado é a imagem mais detalhada já feita do astro. Trata-se do melhor registro que os astrônomos captaram em 32 anos, desde que a espaçonave Voyager 2 passou próxima ao planeta em sua jornada para fora do sistema.
Além dos anéis já conhecidos dos pesquisadores (são ao menos cinco deles, compostos por gelo, rochas e poeira em suspensão), a imagem mostra outros anéis menores, feitos de poeira, nunca antes vistos. “Já se passaram três décadas desde a última vez que vimos essas faixas fracas e empoeiradas, e esta é a primeira vez que as vemos no infravermelho”, afirma Heidi Hammel, especialista em Netuno e cientista interdisciplinar do projeto James Webb.
A luminosidade do astro também pode surpreender, já que outros registros de Netuno feitos pelo telescópio Hubble mostravam sua característica cor azul. Essa coloração, causada pelo metano na atmosfera, está ausente porque o James Webb faz registros em luz quase infravermelha. O azulado só é perceptível quando o astro é analisado sob luz visível.
Por conta de sua órbita de 164 anos, o polo norte do astro está fora da vista dos astrônomos, mas a imagem feita pelo James Webb sugere um brilho na área. Anteriormente, os pesquisadores já conheciam um vórtice semelhante no polo sul.
Por fim, a imagem mostra também sete das 14 luas de Netuno, principalmente Tritão, que é vista como um ponto extremamente brilhante. Além de refletir 70% da luz solar que incide sobre sua superfície, o satélite tem uma trajetória retrógrada pouco comum. Estudos futuros sobre Netuno e Tritão a partir de dados do James Webb estão programadas para o próximo ano.