Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Como foi feito o retrato de um Hominídeo de Denisova

Por meio da análise do DNA de fósseis, cientistas simulam como seria o rosto de uma pessoa da espécie que conviveu com o 'Homo sapiens' há 100 000 anos

Por Sabrina Brito Atualizado em 20 set 2019, 10h08 - Publicado em 20 set 2019, 06h30

Nas últimas duas décadas — graças sobretudo ao desenvolvimento de pesquisas que se baseiam na ciência genética — avançou-se de forma extraordinária no conhecimento de como era a Terra há dezenas de milhares de anos. Entre as descobertas de maior impacto está a de que, 100 milênios atrás, o Homo sapiens não era a única espécie existente de humanos. Naquela fase, dividíamos o planeta com alguns, digamos, “primos” — caso dos neandertais e também dos Hominídeos de Denisova, cujos fósseis foram encontrados na Sibéria em 2010. Um estudo publicado na quinta-­feira 19 na revista científica americana Cell contribuiu de maneira expressiva para o progresso nas pesquisas a respeito dos denisovanos.

Pela análise do DNA presente em ossadas, cientistas da Universidade Hebraica de Jerusalém recriaram como seria o rosto de uma mulher dos Hominídeos de Denisova. O trabalho utilizou uma técnica conhecida como metilação genética. Por meio dela, em vez de sequenciar todas as bases nitrogenadas do DNA, analisam-se os efeitos de genes específicos. Para reconstituir a face da ancestral, testou-­se primeiro o procedimento em chimpanzés. Deu certo. O segundo passo foi colher DNA de denisovanos em fósseis de 100 000 anos. Com esse material, uma simulação em computador resultou na figura que aparece à esquerda, nesta página.

Antes do avanço da genética, era necessário supor a aparência de seres antigos pela dedução de como seriam cobertos os esqueletos encontrados. Foi assim que se imaginou o rosto de Lucy, a Australopithecus afarensis que viveu há 3,2 milhões de anos e é uma possível representante do elo perdido que teria originado os humanos. Com a análise de genes, além de a recriação ser precisa, chega-se a outras revelações. “Ela pode nos mostrar como grupos humanos se adaptaram e quais genes motivaram cada mudança evolutiva”, disse a VEJA o geneticista israelense Liran Carmel, coautor do estudo. Pouco a pouco, o passado da humanidade vai ganhando uma nova cara.

Publicado em VEJA de 25 de setembro de 2019, edição nº 2653

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.