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Facebook cria ‘corte de apelação’ para conteúdo controverso

A partir do ano que vem, o Facebook vai publicar um relatório a cada três meses sobre o conteúdo eliminado do site

Por Redação
16 nov 2018, 15h31

O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou nesta quinta-feira (15) a criação de uma “corte de apelação independente” que decidirá sobre conteúdos controversos e se eles podem permanecer on-line ou não.

O anúncio foi feito durante uma teleconferência para abordar uma nova polêmica que envolve o grupo e uma empresa de relações públicas.

Zuckerberg e sua equipe anunciaram ter aumentado a capacidade da rede social de detectar “mensagens de ódio” de qualquer tipo. O Facebook é regularmente acusado de não fazer o suficiente para suprimir mensagens e reconhece, por exemplo, que foi lento demais para reagir à propaganda do Exército de Mianmar em seu site contra a minoria dos rohinyas.

“Cheguei à conclusão de que não deveríamos tomar tantas decisões sobre liberdade de expressão ou segurança”, disse Zuckerberg.

Os conteúdos controversos detectados através da inteligência artificial ou porque são reportados pelos usuários são revisados através de um sistema interno.

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Mas uma espécie de “tribunal de apelação” independente, que deveria ser estabelecido no ano que vem, será responsável por decidir em casos de litígio.

A composição da corte, assim como seu grau de independência, em concordância com os princípios que guiam o Facebook, serão determinados nos próximos meses.

A partir do ano que vem, o Facebook vai publicar um relatório a cada três meses sobre o conteúdo eliminado do site. A frequência é equivalente à da publicação de resultados financeiros e uma forma de demonstrar que a empresa leva o assunto a sério.

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“Conseguimos avanços na eliminação do ódio, da intimidação e do terrorismo da nossa rede”, disse Zuckerberg, mas “devemos encontrar o equilíbrio entre dar voz às pessoas e nos assegurarmos de que estão seguras”.

Nova polêmica

O Facebook informou também que encerrou sua relação com a consultoria Definers Public Affair, sediada em Washington, que divulgava informações depreciativas sobre os críticos e concorrentes da rede social.

O anúncio ocorreu após reportagem do New York Times, publicada na quarta-feira descrever o trabalho feito pela Definers na esteira dos últimos grandes escândalos envolvendo a companhia de Mark Zuckerberg, em meio a uma turbulência generalizada na gigante das mídias sociais ao lidar com a descoberta da intromissão russa nas eleições presidenciais dos Estados Unidos e violações da privacidade de dados.

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Entre outras coisas, a Definers desacreditava ativistas contrários ao Facebook, em parte ligando-os ao megainvestidor George Soros. Também tentou desviar críticas à rede social pressionando jornalistas a investigarem rivais como o Google. Soros tem sido um detrator frequente do Facebook, chamando-o de uma “ameaça” no início deste ano.

Os principais executivos do Facebook, incluindo Zuckerberg e Sheryl Sandberg, não estavam cientes do trabalho específico que está sendo feito pela Definers, disse ao NYT uma fonte que não quis se identificar.

Em longa réplica à reportagem do NYT, o Facebook afirmou que nunca escondeu seus laços com a consultoria e contestou a afirmação de que pediu à empresa que divulgasse informações falsas. “É errado sugerir que tenhamos pedido à Definers para pagar ou escrever artigos em nome do Facebook, ou comunicar qualquer coisa que não seja verdade”, disse a rede social. “A relação com o Facebook era bem conhecida pela mídia – até porque em várias ocasiões enviaram convites para centenas de jornalistas sobre importantes chamadas da imprensa em nosso nome.”

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O conselho do Facebook também defendeu os executivos. “Como Mark e Sheryl deixaram claro ao Congresso, a empresa demorou demais para detectar a interferência da Rússia e demorou demais para agir”, disse em nota o colegiado. “Como um conselho, nós os impulsionamos a avançar mais rápido. Mas sugerir que eles sabiam sobre a interferência russa e tentaram ignorá-la ou impedir investigações sobre o que aconteceu é extremamente injusto.”

(Com AFP e Estadão Conteúdo)

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