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EUA: 10% mais ricos são responsáveis por 40% dos gases do efeito estufa

Autores do estudo defendem que uma taxação justa deve ocorrer com base na geração de renda ao invés do consumo

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 17 ago 2023, 16h16 - Publicado em 17 ago 2023, 15h01

Quando se trata de mudanças climáticas, encontrar os países responsáveis pelas maiores taxas de emissões de gases do efeito estufa costuma ser fácil já que, geralmente, a pegada de carbono costuma seguir o fluxo financeiro. Mas, em nível individual, quem emite mais? Um estudo divulgado nesta quinta-feira, 17, traz uma resposta alarmante: nos Estados Unidos, os 10% mais ricos são responsáveis por gerar 40% das emissões.

A disparidade aumenta quanto mais ricos são os cidadãos – o grupo 1% mais rico, por exemplo, produz algo entre 15% e 17% dos gases, número superior ao total gerado pelos 50% com menor renda, responsáveis por nada mais que 14% das emissões. 

“Do ponto de vista moral, a escala de desigualdade é impressionante”, afirma o autor principal do artigo publicado na revista científica PLOS Climate, Jared Starr, em entrevista a VEJA. “Em uma sociedade democrática, eu acredito ser problemático que um pequeno grupo de pessoas esteja criando uma enorme quantidade de emissões para produzir renda e riqueza, enquanto os grupos mais pobres enfrentam desproporcionalmente os danos climáticos causados por essas emissões.”

Starr e os outros autores defendem que, a partir desses dados, os mais ricos sejam taxados pelas suas emissões. Dessa maneira, o ônus os incentivaria a reduzir as emissões, enquanto o dinheiro arrecadado poderia ser utilizado para promover o que eles chamaram de “futuro climaticamente justo.”

Hoje, nos Estados Unidos, já existem impostos desenhados para taxar a pegada de carbono, baseados no consumo, mas, ainda de acordo com os autores, isso é falho. “Geralmente pensamos que as mudanças climáticas são geradas pelo consumo, mas, pelo menos nos Estados Unidos, as empresas se organizam para produzir o maior valor para os acionistas”, diz Starr. Uma alternativa seria taxar as emissões na geração de riqueza, ou seja, investidores de empresas que geram mais carbono pagariam mais do que os que investem em empresas com uma pegada menor. 

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Segundo os autores, é difícil extrapolar esse resultado para os outros países, mas eles afirmam que, em especial nos países com maior desigualdade, as emissões, geralmente, são maiores entre os grupos com maior renda. 

O mesmo tipo de discussão ocorre a nível internacional, em especial durante as reuniões do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), quando os países têm dificuldade em chegar a um acordo que onere de maneira justa os países mais responsáveis pelas emissões.

Os dados surgem num momento crucial para as discussões acerca do aquecimento global na medida em que o mundo se aproxima cada vez mais rapidamente dos limites estabelecidos pelo acordo de Paris.

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