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Empresa privada japonesa culpa software por pouso malsucedido na Lua

Cratera confundiu sonda que perdeu contato com a Terra segundos antes da alunissagem

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 Maio 2023, 17h28 - Publicado em 29 Maio 2023, 16h28

No final de abril, a empresa privada japonesa ispace tentou levar a primeira missão comercial ao solo lunar, mas, segundos antes da alunissagem, a missão Hakuto-R M1 perdeu o contato com a Terra. De acordo com um comunicado da empresa, a tentativa falha teria sido causada por um erro no software, que teria medido incorretamente a altitude da sonda durante a aterrissagem. 

Todo o processo de pouso começou às 12h, no horário de Brasília, do último dia 25 de abril. Antes de pousar, a nave deu uma volta, a 6 mil quilômetros por hora, pela parte de trás da Lua, quando o contato com a Terra foi interrompido. Quando a conexão foi restabelecida, a velocidade diminuiu, a nave começou a se aproximar do satélite e a assumir a posição vertical. Na última etapa, no entanto, quando os motores deveriam desligar e a alunissagem deveria acontecer, o contato com a Terra foi perdido de maneira permanente. 

Em nota divulgada no dia seguinte, a equipe afirmou acreditar que, durante o pouso, o combustível dos propulsores acabou, o que teria causado uma queda brusca que provocou a perda de conexão. De acordo com o último documento, isso foi causado por uma mudança de última hora no local de aterrissagem. 

Originalmente, a nave deveria pousar numa região plana. No entanto, em fevereiro, dois meses após o lançamento da espaçonave, a equipe mudou o local de alunissagem para a cratera Atlas, no terreno lunar conhecido como Mar do Frio. Essa mudança causou uma confusão no software, que mediu incorretamente a altura da nave e fez com que o combustível acabasse antes do fim do pouso. O impacto da queda livre foi responsável pela danificação da nave. 

Caso não tivesse falhado, a empresa seria a primeira privada a fazer um pouso controlado em solo lunar, feito que, por enquanto, só foi realizado por União Soviética, Estados Unidos e China. Os três robôs a bordo da espaçonave, um da agência espacial dos Emirados Árabes e dois robôs da Agência de Exploração Aeroespacial Japonesa (JAXA), deveriam explorar o solo e a geologia do local, ainda desconhecidos pelos humanos. 

Apesar da falha, a empresa teve sucesso em todas as outras etapas, o que a colocou numa posição nunca atingida por outras missões comerciais. De acordo com a companhia, os aprendizados serão incorporados e, em 2024, a segunda fase da missão Hakuro-R tentará repetir o feito, dessa vez com sucesso. 

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