Foram anunciados neste domingo, 11, os resultados de uma pesquisa clínica envolvendo a CoronaVac, vacina contra Covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e produzida pelo Instituto Butantan, em São Paulo. O imunizante, diz o estudo liderado pelo instituto e pela Universidade de São Paulo, protege contra as variantes P1 e P2 do novo coronavírus, tem eficácia de 50,7% para casos sintomáticos e de até 83% para casos moderados – índices maiores do que os 50.3% e os 78% verificados nos primeiros estudos, divulgados entre dezembro e janeiro.
Estes são alguns dos dados que constam do ensaio clínico de fase 3 feito sobre a CoronaVac enviados neste domingo para publicação em revista científica. A pesquisa foi feita com quase 13 mil voluntários, entre 21 de julho e 16 de dezembro de 2020. Os resultados mostram também que a vacina é ainda mais eficaz, atingindo 62,3%, quando a segunda dose é aplicada em intervalo igual ou superior a 21 dias da primeira. O artigo aguarda revisão da revista científica The Lancet.
No Twitter, a microbiologista e presidente do Instituto Questão de Ciência, Natália Pasternak, disse que os resultados confirmam o que já se sabia. “A novidade – muito bem vinda – é o aumento da eficácia com maior espaçamento entre doses (62,3%), o que junto com uma análise de imunogenicidade em idosos que também aumenta com intervalo maior, sugere que um intervalo de 28 dias pode ser adotado”, escreveu.
Pasternak afirmou que fazer comparações de estudos é “bobagem” por causa da especificidade de alguns parâmetros. E lembrou que outro resultado interessante foi a proteção observada a partir da primeira dose: “Mas isso não quer dizer que pode tomar só uma [dose]. Continua sendo uma vacina de duas doses. Em suma, uma boa vacina, com boa cobertura para as variantes, e que pode ficar mais eficaz com intervalo de 28 dias entre doses”.